Agência France-Presse
postado em 16/11/2010 10:04
XANGAI - A polícia chinesa interrogou nesta terça-feira (16/11) quatro suspeitos de terem provocado um incêndio em um prédio de apartamentos de 28 andares no coração de Xangai. A tragédia provocou a morte de 53 pessoas e deixou mais de 70 feridos.
Muitas famílias continuam procurando dezenas de parentes desaparecidos e algumas pessoas denunciam a falta de segurança na China.
[SAIBAMAIS]As primeiras investigações apontam para as soldas usadas nas obras de reforma do prédio. "A investigação preliminar atribui o drama a uma imperícia por parte dos soladores que careciam de licenças de trabalho", informou a agência.
O edifício residencial, que abrigava 156 famílias, principalmente professores, fica no bairro comercial densamente povoado de Jingan. Várias pessoas pularam das janelas do prédio para fugir das chamas e outras tentaram descer pelos andaimes, informou a Xinhua.
O incêndio gerou uma impressionante fumaça negra no centro da metrópole de Xangai (20 milhões de habitantes), segundo imagens transmitidas pela televisão, nas quais também eram vistos moradores do edifício correndo pelas ruas, ainda sob o impacto e com o rosto enegrecido pela fumaça.
Os bombeiros, que chegaram com cerca de 60 veículos, lutaram contra as chamas até o início da noite. Um funcionário da empresa encarregada das obras explicou ao jornal The Global Times que estavam sendo usadas nas obras grandes quantidades de poliuretano, uma resina de poliéster muito inflamável.
As autoridades prometeram realizar uma investigação e punir os responsáveis, segundo o ministro da Segurança Pública, Meng Jianzhu. Uma lista de sobreviventes publicada pelas autoridades indica que moradores de cerca de 50 apartamentos continuam desaparecidos. Segundo The Global Times, mais de 180 pessoas se encontravam no prédio quando começou o incêndio.
"Foi a negligência que o causou o incêndio", acusou um vizinho do prédio. "Desde que começaram as obras, havia restos de cigarros por todas as partes e os materiais são muito inflamáveis". Um funcionário da municipalidade de Xangai, citado pela China Daily, explicou que as saídas de emergência dos prédios também estão, em geral, bloqueadas.