postado em 17/11/2010 09:50
Maputo e Brasília ; O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) apelou nesta terça-feira para que as autoridades do Norte e Sul do Sudão empenhem-se a fim de evitar confrontos e violência na região. Os 15 integrantes do órgão lembraram que é fundamental manter a tranquilidade para assegurar a votação da consulta popular, em 9 de janeiro, que propõe a divisão do território com o aval da população.Na próxima semana, os líderes dos dois grupos ; o presidente do Sudão, Omar Al Bashir, e o representante sulista Salva Kiir - devem discutir o ponto mais delicado que envolve a proposta de divisão. É o futuro da cidade de Abyei, localizada na divisa entre os territórios. A região é rica em petróleo. No último fim de semana, representantes dos dois lados acertaram os termos para a negociação.
Localizado na África, o Sudão tem população com várias influências étnicas e culturais. No Norte, são árabes e muçulmanos. No Sul predominam os africanos negros, alguns cristãos, mas a maioria segue as orientações tribais. No Norte vivem, em sua maioria, os árabes que seguem a religião muçulmana. Além da religião, o petróleo fazia com que o Sul lutasse pela independência.
Por mais de 50 anos houve uma guerra civil no Sudão, que se dividiu em duas etapas ; a primeira nos anos de 1955 e depois em 2003, com intervalos entre elas. Cerca de 1,5 milhão de pessoas morreu. Em 2005 foi negociada a paz, mas em meio a um desarmamento que não foi totalmente cumprido e um governo de união - liderado pelo presidente Bahir, no poder desde 1989. O acordo determina a realização de consulta popular sobre o futuro do país.
O registro dos eleitores para a votação da consulta popular começou anteontem (15). Preocupadas com o resultado do processo e com eventuais atrasos, as agências humanitárias preparam planos de retirada de moradores, em casos de conflitos e violência.
Ontem, durante a sessão do conselho, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o ideal é aumentar o número de soldados das forças de paz no Sudão em janeiro e no período posterior, como garantia de segurança. Atualmente 10 mil militares atuam na região. A decisão de ampliar o contingente precisa de aprovação do Conselho de Segurança.
;Exorto a todos a ajudar a construir pontes entre o Norte e o Sul do Sudão. E com o mesmo espírito, garantir que serão abordadas soluções para encerrar os desequilíbrios na região, de tal forma que Darfur tenha um futuro estável, próspero e mais justo;, disse Moon.
Mesmo seguindo os conselhos do FMI desde 1997, e rico em óleo, gás, ouro, prata, cobre e outros minérios, o Sudão ainda é um dos países mais pobres da África. Metade da população está abaixo da linha da pobreza, vivendo do que consegue plantar ou de auxílio humanitário.