Wellington - Vinte e nove mineiros seguiam desaparecidos neste sábado (sexta-feira, 19/11) após a explosão ocorrida na véspera em uma mina de carvão do grupo Pike River em uma região isolada da Nova Zelândia.
Dois mineiros sobreviveram à explosão, mas há notícias de que outros 29 mineiros estavam no local no momento do acidente, indicou o diretor-geral do grupo minerador, Peter Whittall.
Em um primeiro momento, falou-se em entre 27 e 36 desaparecidos. Segundo Whittall, essa confusão inicial deve-se ao fato de que alguns mineiros saíram do trabalho sem pegar as placas de identificação.
A explosão ocorreu às 16h30 local (1h30 de Brasília) na mina de Pike River de Grey District, na costa oeste da ilha do sul da Nova Zelândia, no centro da região mineradora do país.
Uma equipe de especialistas em operações de resgate sob a terra viajou ao local para tentar elaborar uma estratégia para chegar aos trabalhadores presos, que haviam iniciado as atividades do dia uma hora antes.
A operação de resgate atrasou devido ao risco de uma nova explosão, mas Whittall disse que espera que parte da equipe de resgate possa entrar na mina neste sábado.
"Dois mineiros conseguiram sair da mina", declarou Whittall. Os dois foram internados no hospital com ferimentos leves. "Até o momento, não temos nenhuma comunicação com ninguém no fundo da mina", completou Whittall em declarações à rede de televisão TV3.
Tony Kokshoorn, prefeito de Grey District, afirmou que os trabalhos de resgate podem durar dias, mas que o exemplo dos mineiros chilenos, resgatados após dois meses, era uma fonte de otimismo.
"Mantemos a esperança. Olhe o exemplo do Chile, com todos esses mineiros presos e todos saíram vivos", disse à Fairfax Media nesta sexta-feira.
Segundo o site oficial de Pike River, a mina iniciou em 2009 a produção de carvão coque, destinado à siderurgia.
O túnel de acesso, de 2,4km de comprimento, foi escavado sob a montanha Paraoa.
Essa é uma das poucas minas subterrâneas da Nova Zelândia, que explora muitas jazidas ao ar livre.
A explosão provocou o corte da energia elétrica na instalação isolada, o que complica ainda mais as operações de socorro.
O ministro neozelandês da Mineração, Gerry Browlee, afirmou que o governo vai disponibilizar todos os meios possíveis para salvar os mineiros. "A prioridade é retirar as pessoas do local", disse. "A mina é sólida e tem uma boa ventilação, o que deve ajudar", completou.
A jazida pertence à New Zealand Oil and Gas e a dois grupos indianos, Gujarat NRE Coke e Saurashtra Fuels Private.
A explosão ocorreu depois do fechamento da Bolsa de Wellington, mas o acidente provocou imediatamente perdas para os acionistas da Pike River Coal, que teve a cotação suspensa após uma queda de 14% na Bolsa de Sydney.
A maior catástrofe da mineração na história do país também ocorreu na costa ocidental da ilha do sul da Nova Zelândia, em 1896, quando uma explosão matou 65 trabalhadores na mina Brunner.
Em 13 de outubro, no Chile, 33 mineiros retornaram à superfície em uma grande operação de resgate depois de terem passado mais de dois meses presos em consequência de uma explosão.