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Cúpula da Otan em Lisboa tem rígido esquema de segurança

Agência France-Presse
postado em 19/11/2010 12:34
Lisboa - As autoridades portuguesas mobilizaram um dispositivo sem precedentes para garantir a segurança da reunião de cúpula da Otan, que começa nesta sexta-feira (19/11), e impedir a repetição dos violentos distúrbios registrados no último encontro da Aliança Atlântica em Estrasburgo (França).

Portugal restabeleceu na terça-feira o controle nas fronteiras, patrulhadas por policiais e helicópteros, e as forças de segurança foram autorizadas a impedir a entrada de qualquer pessoa que tenha ficha criminal como "provocadora de distúrbios" ou de comportamento considerado "suscetível de comprometer a segurança".

O objetivo é impedir a entrada no país de elementos extremistas, ligados a movimentos de tintas anarquistas, como os "Black blocks", que enfrentaram as forças públicas em Estrasburgo em abril de 2009 e saquearam vários edifícios.

Nos últimos dias Portugal proibiu a entrada em seu território de vários estrangeiros, mas a maioria por infrações à legislação sobre a imigração, sem relação com a reunião da Otan. Em Lisboa, medidas excepcionais foram organizadas no Parque das Nações, onde se reunirão durante dois dias os líderes de 60 países e organizações. No total, a capital do país receberá 5.000 pessoas entre participantes e jornalistas.

Situado às margens do rio Tejo, a oito quilômetros do centro, este bairro foi ocupado na segunda-feira pelas forças de segurança, especialmente ao redor da Feira Internacional de Lisboa (FIL), que só permitirá a entrada de pessoas credenciadas.

Mais de 7.000 oficiais serão mobilizados na área da reunião de cúpula e no centro da cidade, onde quatro manifestações contra a Otan estão programadas para sábado. A principal acontecerá na parte da tarde na Avenida da Liberdade. Um dos líderes do protesto é o movimento "Paz Sim, Otan Não".

Paralelamente, a Plataforma Anti-Otan (PAGAN), ligada à rede internacional "Não à Otan", organiza a partir de sexta-feira uma contra-reunião no Instituto de Ensino de Lisboa. As autoridades portuguesas anunciaram que o país está preparado para receber o evento e que as precauções necessárias foram adotadas para enfrentar eventuais distúrbios.

A polícia advertiu que qualquer manifestante com o rosto encapuzado poderá ser objeto de uma prisão provisória.

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