postado em 20/11/2010 08:00
Com a imagem desgastada por sucessivos escândalos de pedofilia envolvendo religiosos, a Igreja Católica decidiu dar uma resposta aos fiéis e mostrar que efetivamente está empenhada no combate ao problema. Ontem, ao fim de uma reunião entre o papa Bento XVI e 150 cardeais de todos os países, o Vaticano anunciou que vai encaminhar uma carta às igrejas com diretrizes para ;um programa coordenado e eficiente; contra a pedofilia.Os religiosos, entre eles os 24 que receberão hoje o título de cardeal, foram convocados por Bento XVI para um ;dia de reflexão e oração; com o objetivo de debater ;a resposta da Igreja contra os abusos sexuais;. Foi a primeira reunião de cúpula da Igreja desde a divulgação, no fim de 2009, dos informes oficiais sobre os abusos sexuais a centenas de menores, cometidos por religiosos da Irlanda e encobertos pelas autoridades eclesiásticas. O arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, está entre os que receberão hoje o barrete vermelho e o anel de cardeal das mãos de Bento XVI, na Basílica de São Pedro.
A primeira sessão do dia foi dedicada à liberdade religiosa no mundo, tema ao qual o Vaticano tem se dedicado com frequência, sobretudo após o recente massacre de católicos dentro de uma igreja no Iraque e a condenação por ;blasfêmia; da paquistanesa cristã Asia Bibi, para quem o papa pediu publicamente a libertação esta semana.
Ao tratar do tema, o Bento XVI lembrou que a liberdade religiosa enfrenta ;o grande desafio do relativismo, que parece completar o conceito de liberdade, mas que na realidade corre o perigo de destruí-la, apresentando-se como uma verdadeira ditadura;.
O espinho tema dos abusos sexuais praticados por religiosos a menores foi abordado na segunda parte do encontro. A onda de escândalos começou se estendeu até Alemanha, Áustria, Itália, Holanda e Bélgica, além dos Estados Unidos e de vários países da América Latina.