Agência France-Presse
postado em 20/11/2010 12:01
LISBOA - Os líderes da Otan aprovaram neste sábado na reunião de cúpula de Lisboa uma estratégia de saída do Afeganistão, baseada na transferência progressiva do controle da segurança às autoridades afegãs entre 2011 e 2014, com o objetivo de ter retirado a maior parte do contigente ao fim do período."Iniciamos o processo para que os afegãos recuperem o controle em sua própria casa", declarou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen, ao fim de uma reunião histórica dos aliados com o presidente afegão, Hamid Karzai.
Nove anos depois do início da guerra contra os talibãs, 140.000 soldados estrangeiros estão mobilizados no Afeganistão, mais de 100.000 deles americanos.
Com o avanço da transferência do controle da segurança às forças afegãs "distrito por distrito", as tropas estrangeiras devem deixar o país. Os Estados Unidos pretendem iniciar a redução de sua presença no Afeganistão em julho de 2011.
Mas os líderes da Otan fizeram questão de deixar claro que o plano não significa uma retirada total ou sistemática do contingente estrangeiro.
"Ficaremos depois da transição com um papel de apoio", declarou Rasmussen pouco depois de assinar com Karzai um acordo de longo prazo entre a Otan e o Afeganistão, cuja validade será prolongada depois da missão de combate.
"Que fique claro, se os talibãs ou quem quer que seja querem nos expulsar do país, esqueçam. Nós ficaremos o tempo necessário para finalizar nosso trabalho", completou.
A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan está integrada pelos 28 países membros da Aliança e outros 20. Os governantes de todos as nações envolvidas viajaram à Lisboa para participar na reunião de cúpula com o Afeganistão.
Mais de 2.200 soldados estrangeiros morreram em combate desde 2001, sendo que 654 deles apenas em 2010.