Agência France-Presse
postado em 21/11/2010 11:31
A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) prometeu que dará prosseguimento aos atentados contra o Ocidente, baseados no envio de pacotes-bomba por empresas de transporte aéreo aos Estados Unidos, com o objetivo de "infligir milhares de cortes" que provocarão "uma hemorragia mortal", informa o centro de vigilância de sites extremistas.Uma mensagem da AQPA publicada em um portal de língua inglesa afirma que os pacotes-bomba enviados em outubro aos Estados Unidos não pretendiam provocar mortes, e sim causar o máximo de prejuízo econômico.
Os pacotes, descobertos pelas polícias de Dubai e da Grã-Bretanha, integravam a "Operação Hemorragia", que teve custo de 4.200 dólares, segundo a Al-Qaeda na Península Arábica.
"Para dobrar os Estados Unidos, não precisamos dar um grande golpe", destaca a rede terrorista no texto publicado na revista Inspire, segundo o centro americano de vigilância Intelcenter.
"Em um ambiente de fobia de segurança nos Estados Unidos é mais fácil organizar pequenos ataques, que supõem menos participantes e tempo, e assim poderemos burlar as barreiras de segurança que os Estados Unidos têm se esforçado em erguer", completa a AQPA.
"Este tipo de estratégia provavelmente custa bilhões de dólares em medidas de segurança nos Estados Unidos e em outros países ocidentais. A rentabilidade dos investimentos pode ser considerada boa", segundo a AQPA.
"Esta estratégia de ataque ao inimigo com operações menores, mas mais frequentes, é o que alguns chamam de estratégia dos milhares de cortes. O objetivo é fazer o inimigo sangrar".
O diretor do Intelcenter, Ben Venzke, destacou a quantidade de detalhes sobre a operação fornecido pela AQPA.
"Nunca havíamos visto um grupo jihadista da órbita da Al-Qaeda publicar, apenas algumas semanas depois do ocorrido, um resumo tão detalhado da filosofia, das intenções, do modo operacional e das próximas etapas depois do atentado", disse.
Dois pacotes-bomba procedentes do Iêmen e com destino aos Estados Unidos foram interceptados no dia 29 de outubro em aeroportos da Grã-Bretanha e de Dubai.
Os dois pacotes tinham como destinos sinagogas da cidade de Chicago.
De acordo com Washington, os pacotes-bomba foram concebidos por Ibrahim Hassan al-Asiri, especialista da Al-Qaeda que fabricou a bomba para um atentado fracassado em um voo Amsterdã-Detroit no Natal de 2009.
Os pacotes poderiam ter sido detonados durante o voo.