postado em 23/11/2010 19:49
Londres - A Grã-Bretanha anunciou, nesta terça-feira (23/11), que reduzirá em um quinto o número de imigrantes não-europeus com permissão para trabalhar no país para um máximo de 21.700 ao ano, como parte de uma série de medidas que visam a cortar radicalmente os níveis de imigrantes que entram no país - das atuais centenas de milhares de chegadas anuais para dezenas de milhares.A secretária do Interior, Theresa May, também anunciou planos para tornar mais estritas as concessões de vistos para estudantes e pessoas casadas com britânicos.
Trata-se de um pacote abrangente que nos ajudará a alcançar a meta de reduzir a imigração líquida, atraindo, ao mesmo tempo, os mais inteligentes e os melhores, bem como aqueles com as habilidades de que o nosso país precisa", disse May aos legisladores.
No começo deste ano, em meio a temores sobre cortes de empregos e o impacto social de novos imigrantes, os ministros adotaram um limite temporário a imigrantes não europeus, mas estiveram deliberando sobre uma solução permanente.
Segundo as propostas apresentadas nesta terça-feira, e que entrarão em vigor em abril de 2011, o número de imigrantes capacitados com permissão para entrar sem ter uma oferta de trabalho será reduzida a apenas 1 mil ao ano, disse May aos deputados reunidos na Casa dos Comuns, câmara baixa do Parlamento britânico.
O limite para migrantes com ofertas de trabalho, ao contrário, será aumentado para 20,7 mil.
No total, 21,7 mil imigrantes terão permissão para trabalhar em solo britânico, o que representará uma redução de um quinto com relação aos números do ano passado.
Este total não inclui transferências intra-empresariais, mas May disse que funcionários que queiram ir trabalhar na filial britânica de sua empresa por mais de um ano precisam ganhar pelo menos 40 mil libras (63 mildólares).
Enquanto isso, uma nova categoria de vistos será introduzida para "criadores de riquezas" e "pessoas com talento excepcional", como resposta às críticas de que alguns dos mais brilhantes acadêmicos, cientistas e artistas seriam desmotivados a entrar na Grã-Bretanha por causa das medidas.
Os estudantes, que representam quase dois terços dos migrantes não europeus que vão à Grã-Bretanha a cada ano, também serão submetidos a condições mais estritas.
Os ministros avaliam a adoção de medidas restritivas para aqueles que estão em cursos de graduação, disse May, alertando que as reais intenções de "muitos" dos que se candidatam a cursos de mais baixo perfim é ir à Grã-Bretanha ganhar dinheiro.
May também anunciou uma abordagem igualmente restritiva àqueles que querem se casar com cidadãos britânicos e se estabelecer na Grã-Bretanha, ao afirmar que a partir da próxima semana, os que apresentarem solicitações de vistos de casamento precisam demonstrar que têm "um domínio mínimo padrão de inglês".