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Putin pede ao mundo que salve tigre da catástrofe

postado em 23/11/2010 20:40

São Petersburgo (Rússia) - Os últimos tigres do mundo estão "próximos da catástrofe", advertiu nesta terça-feira (23/11) o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, em uma cúpula mundial que tenta salvar a espécie da extinção.

Putin lembrou que a população mundial de tigres diminuiu drasticamente no último século. Atualmente, há apenas 3,2 mil exemplares deste felino, e seu hábitat reduziu-se a 7% do que era há 100 anos.

"É um resultado deplorável, trágico", destacou Putin, que não hesitou em citar Gandhi para concluir seu discurso: "Onde o tigre está bem, todo mundo está bem".

"A situação do tigre está próxima da catástrofe", insistiu Putin, na primeira cúpula mundial deste tema, organizada na Rússia, que reúne os 13 países onde vivem indivíduos da espécie em estado selvagem.

O coração do problema está na Índia e na China.

O subcontinente indiano abriga metade dos tigres existentes, e representa 54% dos casos documentados de caça ilegal. Os chineses, por sua vez, são os principais consumidores de produtos derivados do animal, muito utilizados pela medicina tradicional.

Os participantes da cúpula aprovaram nesta terça-feira uma declaração, cujo objetivo é "dobrar o número (de tigres) até 2022".

"Colocamos o tigre na agenda da comunidade internacional", comemorou Putin.

"O mundo inteiro está disposto a somar esforços para preservar estas criaturas mágicas", disse, por sua vez, a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina.

A cúpula de São Petersburgo, primeira reunião de chefes de Estado e governo - com a participação de organizações internacionais - para salvar uma espécie, deve ser concluída com o desbloqueio de 350 milhões de dólares ao longo de cinco anos, para pôr em marcha um plano de ação mundial.

O programa prevê a criação de um consórcio internacional para a proteção do tigre, que reunirá a Interpol e as aduanas dos países envolvidos.

Pelo menos 150 tigres são mortos por ano no mundo. O felino já desapareceu por completo em áreas onde costumava ser abundante, como no Cáucaso, na Ásia central, em Bali e Java.

"Esta cúpula é nossa última chance de salvar o tigre", alertou Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, que supervisiona o financiamento de programas de proteção da espécie.

"Ninguém pode nos acusar de falar besteiras e dizer que chefes de governo se reuniram apenas para falar de um gato grande", declarou Putin.

"Ao falar hoje do destino do tigre, estamos nos ocupando de questões vitais para toda a humanidade e seu futuro", concluiu o premier russo, que controla pessoalmente o programa de preservação do tigre na Rússia. O número de tigres no país aumentou na região extremo-oriental em 50 anos, de aproximadamente 90 indivíduos para cerca de 500.

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