Agência France-Presse
postado em 24/11/2010 21:09
Lima - A saída na terça-feira (23/11) do ministro peruano do Interior, poucas horas após um meio de comunicação revelar um caso de corrupção, obrigou o presidente Alan Garcia a nomear seu sétimo ministro neste cargo durante sua administração; quatro deles precisarem se afastar por causa de escândalos.O até então chefe da polícia, general Miguel Hidalgo, substituiu nesta quarta-feira (24) Fernando Barrios, que, em setembro passado, cobrou 32 mil dólares por uma demissão arbitrária inexistente da entidade de segurança social que dirigia, e da qual se retirava para se tornar ministro.
Para aumentar o escândalo, Barrios tinha um contrato formal que estava perto do fim, e saiu um dia antes deste prazo, sendo indenizado com esses 32 mil dólares, segundo o jornal Peru.21.
O caso gerou duras críticas de grupos políticos, que pediram a cabeça de Barrios, que, na tentativa de apaziguar os ânimos, disse que devolveria o dinheiro recebido indevidamente.
No entanto, esmagado pela avalanche de questionamentos, teve que renunciar sob pressão do presidente Alan García, ante um evidente caso de corrupção, informou a imprensa local.
Em pouco mais de quatro anos, García teve seis ministros do Interior (excluindo o que assume nesta quarta-feira), dos quais quatro saíram em meio a escândalos.
Pilar Mazzetti, a primeira nomeada por García em julho de 2006, deixou o cargo em 2007 por um caso de compra irregular de mais de 400 carros de patrulha, seguida por Luis Alva em 2008, atingido pela divulgação de áudios que trouxeram à tona negócios na entrega de lotes petroleiros.
Alva foi substituído pela deputada Mercedes Cabanillas, que mais tarde foi considerada responsável política por um confronto entre nativos da Amazônia e a polícia, que deixou 34 mortos (24 policiais e 10 nativos) em junho de 2009.
A eles soma-se, agora, Barrios. Os outros dois ministros que ocuparam o cargo foram Remigio Hernani e Octavio Salazar, que saíram com poucos meses de trabalho e atuação apagada.