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Central nuclear de Bushehr, no sul do Irã, já começou a funcionar

Agência France-Presse
postado em 27/11/2010 10:04
TEERÃ - A central nuclear de Bushehr, no sul do Irã, já começou a funcionar, afirmou neste sábado (27) Ali Akbar Salehi, chefe do programa nuclear iraniano, citado pela mídia oficial da República Islâmica. "Sem propaganda ou publicidade, instalamos todas as barras de combustível e fechamos a cobertura do reator. Esperamos agora que a água do coração do reator se aqueça pouco a pouco", declarou Salehi, sem indicar o momento exato do início dos trabalhos em Bushehr.

"Esperamos que a central se conecte à rede nacional de eletricidade dentro de um ou dois meses", acrescentou.

A partida inicial da central de Bushehr, construída pela Rússia, teve um atraso de dois meses em relação ao cronograma estabelecido inicialmente.

As autoridades atribuem este adiamento a condições meteorológicas desfavoráveis, além de "um pequeno vazamento" perto do reator e ao tempo necessário para que fossem tomadas todas as precauções de segurança para a inauguração da primeira central iraniana, sob controle de especialistas russos.

Por outro lado, Teerã negou que o atraso tenha tido qualquer relação com eventuais danos provocados pelo vírus Stuxnet, que afetou cerca de 30.000 computadores industriais no Irã. O vírus, cuja existência foi revelada no começo do ano, tinha como principal alvo, aparentemente, as instalações nucleares iranianas.

A Rússia, por sua vez, construiu Bushehr apesar das pressões contrárias dos Estados Unidos e de Israel.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e os países ocidentais reconhecem agora que a central não apresenta riscos de iniciar uma proliferação nuclear. Os termos do acordo assinado por Moscou e Teerã para a construção de Bushehr estabelecem que seu controle permanecerá na mão de técnicos russos e iranianos ainda por muitos anos.

A construção da central, iniciada pela Alemanha em 1975, foi interrompida pela revolução islâmica de 1979 e pela guerra entre Irã e Iraque (1980-88). A Rússia retomou o projeto em 1995, depois que a Alemanha, já reunificada, se recusou a fazê-lo.

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