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Jornais começam a publicar conteúdo sensível divulgado pelo Wikileaks

Agência France-Presse
postado em 28/11/2010 17:53
Os jornais The New York Times (EUA), Le Monde (França) e The Guardian (Grã-Bretanha) começaram a publicar, este domingo, o conteúdo dos cerca de 250 mil documentos intercambiados por diplomatas americanos e divulgados pelo site WikiLeaks.

O Wikileaks divulgou este conteúdo a grandes jornais, apesar dos alertas de autoridades americanas e britânicas de que o procedimento colocaria em risco a vida de pessoas e que seria ilegal.

Em mensagem postada no microblog Twitter, o site anunciou que estava sofrendo um ataque informático, mas que isto de forma alguma impediria a divulgação de documentos secretos dos Estados Unidos.

"Estamos atualmente sob um ataque maciço de negação de serviço (Distributed Denial of Service ou DDoS)", anunciou o site em sua conta no microblog, horas antes de uma aguardada publicação de documentos, que segundo o diretor do site, Julian Assange, cobriria "toda questão relevante em cada país do mundo".

No entanto, o WikiLeaks reforçou que jornais de Espanha, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos que estavam planejando publicar a informação na noite de domingo deviam seguir adiante.

"El País, Le Monde, Spiegel, Guardian e NYT (New York Times) publicarão esta noite, mesmo se o WikiLeaks cair", acrescentou.

De fato, o The New York Times publicou, em seu site na internet, um longo artigo no qual revela o conteúdo dos documentos. O conjunto de documentos "oferece um olhar sem precedentes sobre as negociações e bastidores realizadas em embaixadas ao redor do mundo, e visões brutalmente claras de líderes estrangeiros e avaliações francas de ameaças nucleares e terroristas", destacou o jornal.

Alguns destes documentos são muito recentes, pois datam do "mês de fevereiro", acrescentou o The New York Times.

O jornal francês Le Monde também começou a publicar pela internet trechos do conteúdo dos documentos diplomáticos "secretos" ou "confidenciais" relativos à questão nuclear iraniana, um dos temas sensíveis tratados nos documentos.

Segundo um documento do Wikileaks publicado pelo jornal, Israel teria pressionado os Estados Unidos a adotar uma posição mais firme com relação ao Irã em dezembro de 2009, ao afirmar que a estratégia americana de negociação com Teerã "não funcionava".

Em outro documento, publicado pelo jornal britânico The Guardian, o rei Abdallah da Arábia Saudita teria instado os Estados Unidos a atacarem o Irã para destruir o programa nuclear daquele país.

Os documentos de embaixadas diplomáticas no Oriente Médio dão conta das "frequentes exortações aos Estados Unidos para atacar o Irã e por um fim ao seu programa de armas nucleares".

Segundo os documentos, o monarca saudita pediu que os Estados Unidos "cortasse a cabeça da serpente" e afirmou que trabalhar com Washington para contrabalançar a influência iraniana no Iraque era "uma prioriedade estratégica para o rei e seu governo".

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