Agência France-Presse
postado em 28/11/2010 19:43
Genebra ; Os suíços aprovaram neste domingo (28/11) a iniciativa da direita populista sobre a expulsão automática de estrangeiros que cometerem crimes. A decisão já suscita reações de indignação, um ano depois da proibição da construção de minaretes.Segundo contagem definitiva dos votos dos 26 cantões da Confederação, o "Sim", favorável ao endurecimento da política de expulsão dos delinquentes estrangeiros, venceu com 52,9% dos votos a favor e 47,1% contra. O contraprojeto apresentado pelo governo nesse referendo foi, por sua vez, repudiado por 54,2%.
Só os eleitores dos cantões essencialmente francófonos, entre os quais Genebra, Jura, Basileia, Friburgo, Vaud e Neuchâtel, votaram "Não" sobre esse endurecimento reivindicado pelo partido da extrema-direita, o UDC.
A expulsão de criminosos estrangeiros já é permitida na Suíça, sob algumas condições. Mas o texto apresentado pelo UDC vai além, ao propor uma suspensão automática do direito de permanência a estrangeiros condenados, sem levar em conta a gravidade do delito, ou seja, passa a ser aplicável tanto para crimes graves como para casos de "abusos de ajuda social".
A votação foi qualificada, imediatamente, de "dia negro para os direitos humanos na Suíça" pela Anistia Internacional. A seção suíça da organização se declarou profundamente escandalizada pelo resultado.
"Disposições que violam os direitos humanos não têm nada a ver com a nossa Constituição. Os que estão por trás desta iniciativa abusaram novamente do direito de iniciativa, com o objetivo de aumentar seu capital político por propósitos xenófobos", condenou a ONG, em um comunicado.
O segundo tema de votação deste domingo, uma iniciativa dos socialistas "por impostos equitativos", foi amplamente repudiada, com 58,5% dos votos.