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Acusações de fraude e violência marcam eleições legislativas no Egito

Agência France-Presse
postado em 28/11/2010 23:34
Cairo ; Episódios de violência, manifestações e acusações de fraude marcaram, este domingo (28/11), o primeiro turno das eleições legislativas no Egito, onde o partido do presidente Hosni Mubarak pretende ganhar força diante da oposição islamita, a um ano das presidenciais.

Os eleitores, pouco motivados para participar de eleições consideradas ganhas de antemão pelo poder, eram escassos nas seções eleitorais do Cairo e de Alexandria, esta manhã, e um pouco mais numerosos à tarde, observaram jornalistas da AFP.

As seções eleitorais fecharam às 19H00 locais (15H00 de Brasília) e os resultados são aguardados para segunda ou terça-feiras, segundo fontes oficiais.

O segundo turno está previsto para 5 de dezembro.

Na noite de sábado, um jovem de 24 anos, Omar Sayed Sayed, morreu apunhalado quando pregava cartazes de seu pai, Sayed Sayed Mohamed, candidato independente no nordeste do Cairo.

Para a família, o assassinato está relacionado com as eleições, mas a polícia sustenta que se trata de uma "disputa privada".

Distúrbios também foram registrados entre partidários de diferentes candidatos em várias cidades do país, que deixaram um ferido a bala perto de Mansura, no delta do Nilo, e outros três em Sohag, no centro, informaram fontes de segurança.

Em Samanud, no delta, enfrentamentos entre a Irmandade Muçulmana e as forças de segurança também deixaram vários feridos, segundo fontes dos serviços de segurança.

Muitos incidentes estariam relacionados com o repúdio em deixar entrar nas seções eleitorais delegados dos candidatos islamitas ou independentes, que deviam vigiar as operações eleitorais.

Em alguns locais, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo.

"Desde o começo da votação, houve toda sorte de irregularidades e uma utilização da força que ameaçava o processo eleitoral", denunciou, em um comunicado, a Coalizão Egípcia para a vigilância das eleições, que informou sobre casos de fraude eleitorais.

Outra organização não governamental, a Coalizão Independente para a Observação, disse que se registraram agressões "contra candidatos, seus representantes e jornalistas" por parte das forças de segurança.

Segundo a organização, "foram usados criminosos para atacar candidatos e seus partidários".

Quarenta milhões de eleitores de um total de 82 milhões de egípios, estavam convocados a votar para renovar a Assembleia do Povo, que conta com 518 cadeiras, dos quais 508 abertos à votação e os dez restantes atribuídos pelo presidente Hosni Mubarak.

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