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Eleição presidencial é considerada válida no Haiti apesar dos protestos

Agência France-Presse
postado em 29/11/2010 09:55
Porto Príncipe - O Conselho Eleitoral do Haiti anunciou que as eleições presidenciais de domingo foram válidas na maioria do país, apesar dos protestos de milhares de haitianos. A população protestou pelas denúncias de fraudes feitas por vários candidados, que pediram a anulação do processo.

"A jornada eleitoral chegou ao fim e com sucesso", declarou o presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Gaillot Dorsainvil. O CEP informou que a votação foi anulada em 56 locais de um total de 1.500 em todo o país.

"Vamos estudar caso por caso os locais onde aconteceram problemas", afirmou o diretor geral do CEP, Pierre-Luis Opent. "Dentro de 48 a 72 horas decidiremos o que faremos", completou.

"O CEP estará em condições de produzir um balanço com o retorno de seus funcionários do interior, dentro de três dias, e agradece a população por ter participado na ascensão da democracia", disse.

Milhares de haitianos protestaram no domingo em Porto Príncipe e pediram a anulação das eleições legislativas e presidenciais. Eles denunciaram uma manipulação do partido do presidente René Preval.

A ONU pediu calma e manifestou preocupação com os vários atos de violência no país. Ao fim da votação, marcada pela violência e por denúncias de fraude, 12 dos 18 candidatos à presidência, incluindo os favoritos Mirlande Manigat e Michel Martelly, denunciaram uma "conspiração do governo e do CEP" para beneficiar o candidato governista Jude Celestin.

Milhares de haitianos foram às ruas de Porto Príncipe para exigir a anulação das eleições presidenciais e legislativas.

Ao fim de um dia eleitoral marcado por episódios de violência e denúncias de fraude, os manifestantes percorreram os setores de Delmas e Pétion-ville, na capital, onde se encontra a sede do CEP.

Capacetes Azuis da ONU e policiais haitianos foram chamados para reforçar a segurança em frente à sede do organismo eleitoral.

A manifestação foi encabeçada pelo cantor e candidato Michel Martelly, um dos favoritos segundo pesquisas de opinião, ao lado de Wyclef Jean, astro mundial do hip-hop, cuja candidatura não foi aceita pelo CEP.

Em um ambiente festivo, os manifestantes distribuíam folhetos favoráveis a Martelly e, pelo caminho, rasgavam cartazes de Celestin, a quem acusam de ser marionete do presidente em fim de mandato, René Preval.

Os centros de votação das eleições legislativas e presidenciais do Haiti fecharam, conforme o previsto pelo CEP, às 16h locais desde domingo (19h de Brasília).

Quase cinco milhões de haitianos estavam registrados para votar e renovar o Parlamento, além de eleger o sucessor do presidente René Preval entre 18 candidatos.

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