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Para alto funcionário, Israel sai bem de revelações do WikiLeaks

Agência France-Presse
postado em 29/11/2010 12:47
Jerusalém - Um alto funcionário do governo israelense afirmou nesta segunda-feira que o país aparece bem, depois do temor de graves problemas com as revelações de documentos diplomáticos dos Estados Unidos pelo site WikiLeaks.

"Nós saímos aparecendo muito bem", disse à AFP o alto funcionário, que pediu anonimato, ao comentar as revelações feitas até o momento pelo portal, mas sem tentar prever o que pode acontecer depois.
[SAIBAMAIS]
"As revelações demonstram que Israel não tem uma linguagem dupla e diz de modo privado o mesmo qu diz em público a respeito do programa nuclear iraniano", completou.

"Acontece que todo o Oriente Medio está temeroso com a perspectiva de um Irã nuclear. Os países árabes querem dos Estados Unidos uma ação militar de maneira muito mais acelerada que Israel", disse.

Segundo os documentos do WikiLeaks, Washington recebeu pedidos de ação mais severa em relação a Teerã tanto de Israel como dos países do Golfo. O rei da Arábia Saudita teria defendido inclusive a opção militar.

Ainda de acordo com as informações vazadas pelo portal, o governo dos Estados Unidos teria informado à França que Israel pode executar um a ataque contra instalações nucleares do Irã sem apoio militar de Washington, mas a operação poderia não ser bem-sucedida.

O secretário de Defesa, Robert Gates, avaliou a situação em uma reunião em 8 de fevereiro com o ex-ministro da Defesa francês Hervé Morin, indica um resumo secreto do encontro, publicado pelo WikiLeaks, que revelou mais de 250 mil documentos nesta segunda leva. Na primeira, foram divulgados 400 mil.

Ao ser questionado por Morin se Israel teria a capacidade de atacar o Irã sem a ajuda dos Estados Unidos, Gates "respondeu que não sabia se seriam exitosos, mas que Israel poderia executar a operação".

Mas Gates minimizou o valor de qualquer operação militar contra o Irã, indica o documento.

Ainda de acordo com textos revelados pelo WikiLeaks, Israel buscou apoio do Egito e do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, para a ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, no fim de 2008.

Os contatos das autoridades israelenses com representantes egípcios e palestinos prosseguiram durante a operação.

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, informou em 2009 a uma delegação do Congresso americano que o governo de Israel consultou o Egito e o Fatah para saber se estavam dispostos a assumir o controle da Faixa de Gaza após a derrota do Hamas.

Mas Barak recebeu uma resposta negativa, o que não foi considerado surpreendente, segundo um documento americano revelado pelo WikiLeaks.

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