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Chefe de programa nuclear iraniano acusa ocidentais por morte de cientista

Agência France-Presse
postado em 01/12/2010 12:07
Teerã - O chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmou nesta quarta-feira que o assassinato de um cientista do programa nuclear iraniano foi uma advertência dos ocidentais antes do início das discussões entre Teerã e as grandes potências sobre a questão nuclear.

"Esses doentes queriam mostrar seu rosto asqueroso, o da política do burro e da cenoura, antes das próximas negociações nucleares", afirmou Slehi durante o funeral de Majid Shariari, físico nuclear morto na segunda-feira na explosão de uma bomba em seu carro.

"Somos os discípulos do aiatolá Khomeini, que dizia: ;se nos matarem, seremos mais fortes;", disse Salehi, citado pelo portal da televisão estatal.

Salehi não acusou nenhum país em particular, mas as autoridades iranianas apontaram o Mossad e a CIA - os serviços secretos israelense e americano - como responsáveis pelo atentado que matou Shariari e por outro ataque, que feriu Fereydun Abasi Davani, um dos coordenadores do programa nuclear iraniano.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido) e a Alemanha devem se reunir com o Irã no dia 6 de dezembro em Genebra para tentar reativar o diálogo, interrompido há um ano, sobre o programa nuclear iraniano.

Na terça-feira, o presidente Mahmud Ahmadinejad atribuiu aos membros do Conselho de Segurança a autoria dos dois atentados, por terem publicado listas de dirigentes iranianos submetidos a sanções internacionais por sua participação no programa nuclear iraniano.

A publicação desta lista foi uma "incitação para os (...) assassinos sionistas", afirmou.

Abasi Davani figura nesta lista, descrito como "cientista de alto nível do ministério da Defesa", mas não Shahriari, responsável por um programa de reator nuclear.

O Conselho de Segurança adotou seis resoluções - quatro delas acompanhadas de sanções - contra o Irã, acusado de tentar desenvolver armas atômicas com seu programa nuclear - que Teerã alega ter apenas finalidades civis.

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