A uruguaia María Esther Gatti, fundadora da Associação de Mães e Familiares de Uruguaios Presos durante a última ditadura (1973-1985), faleceu neste domingo ao 92 anos, informou em comunicado o Museu da Memória.
"María Esther lutou incansavelmente pela aparição de sua filha, María Emilia Islas, seu genro, Jorge Zaffaroni, e sua neta Mariana Zaffaroni, sequestrados e desaparecidos na Argentina no dia 27 de setembro de 1976, durante a Operação Condor", repressão coordenada das ditaduras do Cone Sul nos anos 70 e início dos 80, afirmou o comunicado.
Os olhos de sua neta Mariana, sequestrada quando tinha 18 meses, tornaram-se símbolo das marchas pelos desaparecidos.
Depois de muito tempo procurando, Gatti finalmente localizou sua neta em 1992, conseguindo a restituição de sua identidade e o processo dos sequestradores.
"Não se pode perder jamais a esperança e muito menos a vontade de lutar", disse Gatti em março deste ano ao comemorar a inauguração de uma biblioteca e o aniversário de 35 anos de sua neta.
Seu corpo será velado na segunda-feira na Universidade da República.