Agência France-Presse
postado em 09/12/2010 17:06
Berlim - A iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada a morrer apedrejada, foi libertada, assim como o filho e o advogado, afirmou à AFP o Comitê Contra o Apedrejamento, ONG com sede na Alemanha. A informação, porém, não teve confirmação oficial do governo do Irã."Recebemos a informação de que estão livres", disse à AFP Mina Ahadi, porta-voz do comitê. "Esperamos ainda a confirmação. Aparentemente, esta noite há um programa que deve ser exibido na televisão e aí saberemos 100%. Mas, sim, ouvimos que está livre e também seu filho e seu advogado", disse Ahadi.
O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, manifestou satisfação com a notícia da libertação de Sakineh e assegurou que este é "um grande dia para os direitos humanos".
O chanceler italiano destacou, no entanto, que "está verificando" a informação, divulgada pelo comitê. "O Irã cumpriu um gesto de clemência e compreensão e o fez no pleno exercício das prerrogativas de um Estado soberano", acrescentou o chanceler italiano, que espera que com isto se abra uma etapa de "diálogo com o Irá sobre os direitos humanos".
Mohammadi-Ashtiani foi condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do marido. Em 2007, a pena pelo assassinato foi reduzida, em apelação, a 10 anos de prisão, mas a sentença a morrer apedrejada por adultério foi confirmada no mesmo ano por outra corte de apelação.
A revelação do caso, em julho passado, por associações de direitos humanos, causou uma forte mobilização no Ocidente, onde muitos países e personalidades pediram que a sentença não fosse aplicada.