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EUA veem Catalunha como maior centro mediterrânico de jihadismo

Agência France-Presse
postado em 11/12/2010 11:56
Os Estados Unidos consideram a Catalunha (nordeste da Espanha) como "o maior centro mediterrânico de atividade de radicais islâmicos", o que o levou a manter há dois anos uma célula de inteligência na capital da região, Barcelona, segundo documentos divulgados pelo site WikiLeaks citados pelo jornal El País.

"Autoridades espanholas e americanas identificaram a Catalunha como o maior centro mediterrânico de atividade de radicais islâmicos", afirma um documento enviado em outubro de 2007 pela embaixada americana em Madri para Washington, publicado pelo site Wikileaks e divulgado pelo jornal espanhol El Pais.

Isto levou Washington a abrir "uma multiagência de inteligência na capital catalã para combater o terrorismo islâmico e o crime organizado", segundo o jornal, que afirma que "a decisão foi tomada em outubro de 2007 e o centro secreto está em funcionamento há dois anos no Consulado de Barcelona".

[SAIBAMAIS]De acordo com os documentos da embaixada, "a alta imigração, legal e ilegal, do norte da África (Marrocos, Tunísia e Argélia), assim como do Paquistão e Bangladesh, faz desta região um ímã para o recrutamento de terroristas".

"A Polícia Nacional estima que há cerca de 60 mil paquistaneses vivendo em Barcelona e seus arredores, a maioria homens, solteiros, sem documentação. Também há muitos imigrantes do norte da África", continuam.

Os documentos também indicam que, segundo os Estados Unidos, "a Espanha é o alvo preferencial e obsessivo da jihad", segundo o El Pais.

"Os americanos elogiam as muitas detenções realizadas desde 11-M (os atentados de 11 de março de 2004 em Madri, que mataram 191 pessoas), mas criticam abertamente a falta de coordenação dos serviços secretos espanhóis" e "tentam influenciar nas decisões do governo sobre o futuro de alguns detidos", disse o jornal.

Além disso, "não há uma lista consolidada de terroristas compartilhada pelos serviços, o que dificulta a identificação ou busca de pessoas de interesse para os americanos", afirma um documento de 2005, segundo o jornal.

Nos últimos anos, ocorreram diversas operações na Espanha contra grupos relacionados ao movimento islâmico, especialmente na região da Catalunha.

O site Wikileaks publica há 13 dias milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana e seu fundador, o australiano Julian Assange, foi preso na última terça-feira em Londres, onde aguarda seu processo de extradição para a Suécia por um suposto caso de crimes sexuais.

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