Agência France-Presse
postado em 11/12/2010 20:54
Roma - Dezenas de milhares de pessoas participaram neste sábado (11/12), em Roma, de um protesto contra o chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, que enfrentará uma moção de censura na próxima terça-feira.Convocado pelo Partido Democrata (PD), o principal da oposição, o protesto teve como lema "com a Itália que quer mudar". As Passeatas saíram da Praça da República, na zona da estação ferroviária central de Termini, e da estação de trens de Ostia. Os dois grupos seguiram para a Praça São João de Latrão, no nordeste de Roma, tradicional local de grandes manifestações.Na Praça da República, uma gigantesca bandeira vermelha pedia "Outra Itália", enquanto prefeitos da Toscana se fantasiavam de Harry Potter para dizer que não podem fazer mágica na administração de seus municípios.
Neste domingo, o partido do Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi, prevê realizar manifestações em várias cidades italianas para apoiar seu líder.Berlusconi, com o apoio da Liga do Norte, tem uma maioria folgada no Senado, mas está ameaçado na Câmara dos Deputados após a ruptura com seu antigo aliado Gianfranco Fini, que se uniu a dissidentes do PDL. O chefe de governo denunciou hoje uma campanha de calúnias contra ele, mas se disse confiante na votação no Parlamento na terça-feira."Há meses a vida pública italiana está paralisada por uma crise política irresponsável (...), uma crise fabricada com mentiras e calúnias contra o presidente do Conselho", disse Berlusconi em uma mensagem a seus partidários. "O objetivo da esquerda e dos traidores de seu mandato eleitoral é apenas um: se livrar de Silvio Berlusconi, que representa para eles um obstáculo insuperável na conquista do poder, algo que querem atingir a qualquer preço".
O "Cavaliere" afirmou que "o país precisa da estabilidade e da continuidade de seu governo, e não de uma crise de resultado imprevisível". Na terça-feira serão votadas duas moções no Congresso: uma de confiança ao governo Berlusconi, no Senado, e outra de censura, na Câmara dos Deputados. "Todos dirão não aos que tiverem a vergonha de trair o voto do povo, mas esperamos que não façam isto", disse Berlusconi, em clara alusão a seus antigos aliados liderados por Fini. "Vou obter a confiança".