Agência France-Presse
postado em 12/12/2010 21:55
Pristina ; O Partido Democrático de Kosovo (PDK), do primeiro-ministro Hashim Thaci, venceu as eleições legislativas deste domingo (12/12), segundo pesquisa de boca de urna realizada por uma ONG independente.O PDK obteve 31% dos votos, afirmam a ONG Gani Bobi e o analista político Shkelzen Maliqi, baseados em 2.200 eleitores entrevistados em todas as regiões de Kosovo.
A Liga Democrática de Kosovo (LDK), liderada pelo prefeito de Pristina, Isa Mustafa, ficou na segunda posição, com 25% dos votos, seguida pelo Movimento Nacional pela Autodeterminação, com 16%.
"A vitória é nossa", declarou Thaci a seus partidários. "O PDK obteve uma vitória convincente". "Votamos pelo futuro europeu e Atlântico de Kosovo. Agora esperamos nos tornar membros da Otan e da União Europeia, porque os cidadãos de Kosovo votaram por isto", declarou Thaci.
Já o principal adversário de Thaci, a LDK, rejeitou resultados baseados em pesquisas de boca de urna. Isa Mustafa advertiu que é preciso esperar a publicação dos resultados oficiais.
Mais de 1,6 milhão de eleitores foram convocados para eleger os 120 deputados do Parlamento de Kosovo, entre candidatos de 29 partidos. Vinte cadeiras do Parlamento estão reservadas às minorias, dez deles para os 120 mil sérvios do Kosovo.
As eleições legislativas foram realizadas antecipadamente devido à crise política vivida pelo Kosovo e que derrubou a coalizão do governo. Segundo a Comissão Eleitoral, a taxa de participação foi de 47,80%. Os primeiros resultados oficiais devem sair na tarde de segunda-feira. O menor índice de participação ocorreu no norte de Kosovo, onde a maioria sérvia na região boicotou a eleição.
As 2.280 seções eleitorais fecharam as portas às 19h locais (16h de Brasília), e o único incidente registrado pela polícia foram disparos para o alto na noite de sábado (11/12), no norte de Kosovo, para assustar eleitores sérvios.
Thaci domina a vida política de Kosovo desde a proclamação da independência da Sérvia, em fevereiro de 2008. As eleições ocorrem em um momento delicado para o Kosovo, já que a comunidade internacional, especialmente os europeus, deseja a abertura imediata do diálogo entre Pristina e Belgrado, sob os auspícios da União Europeia (UE).
Esse diálogo deve servir para melhorar a convivência entre kosovares, albaneses e sérvios, e não para falar da independência do país, que a Sérvia jamais reconheceu.
Belgrado garante estar disposto a conversar e, oficialmente, Pristina, também, mas parece improvável que as negociações comecem antes da formação do novo governo, provavelmente em janeiro.
No momento, 72 países reconhecem a independência de Kosovo, incluindo Estados Unidos e a maioria dos membros da União Europeia.