Agência France-Presse
postado em 14/12/2010 11:36
Os administradores judiciais da mina neozelandesa onde morreram 29 trabalhadores em novembro demitiram a maior parte dos funcionários, o que provocou a indignação dos sindicatos. Um total de 114 dos 157 funcionários da Pike River Coal foram despedidos, segundo a administradora PricewaterhouseCoopers (PwC), que justificou a decisão pela carga financeira da catástrofe de 19 de novembro.
Na data, uma violenta explosão deixou 29 mineiros presos. Nos dias seguintes, novas explosões foram registradas na mina, o que acabou com as esperanças de encontrar sobreviventes.
Cada funcionário demitido tem direito a um máximo de 18.700 dólares australianos (US$ 14.040), segundo John Fisk, da PwC.
O EPMU, o sindicato do setor de mineração neozelandês, expressou grande preocupação com o futuro dos funcionários.
"As demissões são um golpe cruel poucos dias antes das festas de Natal", declarou Andrew Little, secretário nacional do EPMU.
A principal acionista de Pike River, a empresa New Zealand Oil and Gas, recorreu na segunda-feira a administradores judiciais e informou que as dívidas da mina superam em muito os ativos.
Quase um mês depois do acidente, o local permanece fechado e os corpos não foram recuperados.
Segundo o prefeito do condado, Tony Kokshoorn, as empresas locais que ajudaram nas operações de emergência correm o risco de não serem pagas, já que não estão lista de credores preferenciais.
Pike River Coal fica na costa ocidental da Ilha Sul da Nova Zelândia, uma região isolada sem atividade econômica dinâmica.