Agência France-Presse
postado em 14/12/2010 11:38
Sydney - A imprensa australiana expressou nesta terça-feira apoio ao fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, e advertiu contra qualquer proibição ou perseguição à publicação dos documentos diplomáticos no site.Em uma carta aberta ao governo, os editores da imprensa escrita e audiovisual condenam a reação "profundamente incômoda" de Canberra após o vazamento de milhares de telegramas diplomáticos.
A primeira-ministra, Julia Gillard, chamou Julian Assange de "irresponsável" e o WikiLeaks de "ilegal". Canberra contemplou a possibilidade de anular o passaporte do ativista.
[SAIBAMAIS]
"O WikiLeaks faz parte dos meios de comunicação e não existe nenhuma prova de um perigo para indivíduos ou para a segurança nacional derivado da publicação dos telegramas diplomáticos", afirmam os autores da carta.
"Nos oporemos resolutamente a qualquer tentativa de tornar ilegal a publicação deste documentos", completa o texto.
"Tentar fechar brutalmente o WikiLeaks, ameaçar com perseguição os que publicam estes vazamentos e pressionar as empresas para que interrompam suas atividades comerciais com o WikiLeaks é uma ameaça séria para a democracia, que depende de uma imprensa livre e corajosa".
"O volume de telegramas publicados não tem precedentes, mas o Wikileaks tem feito o que a imprensa faz desde sempre: revelar informações que os governos gostariam de manter secretas", acrescenta.
"O WikiLeaks, sem dúvida, cometeu erros, mas também tem oferecido aos cidadãos a possibilidade de conhecer os pensamentos de Washington sobre algumas das questões de política externa mais complicadas de nossa época", afirmam os editores.