postado em 19/12/2010 08:00
A tensão na penísula coreana provocada pela declaração do Ministério da Defesa de Seul sobre a execução de manobras militares com munição real do Exército da Coreia do Sul, na Ilha de Yeonpyeong, no Mar Amarelo, traz preocupação a diversos países. Desde que a Coreia do Norte ameaçou responder se a nação vizinha executasse os exercícios, China, Estados Unidos e Rússia demonstraram apreensão. Ontem, a agência de notícias sul-coreana Yonhap afirmou que as manobras devem ser realizadas no início da semana. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a cogitar a realização de uma sessão de emergência ontem. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia acontecido.A simulação militar, que durará um dia, está marcada para ocorrer até terça-feira na região da Ilha de Yeonpyeong, perto da fronteira em disputa entre os dois países. A mídia estatal norte-coreana tem advertido que, se os exercícios forem levados adiante, o país poderá atacar o vizinho em maior escala que anterior, em caráter ;imprevisível; e ;de autodefesa;. Na ofensiva norte-coreana à Coreia do Sul, em 23 de novembro, quatro soldados e dois civis sul-coreanos morreram.
A China advertiu que um conflito entre as Coreias desestabilizaria a região e pediu que ambos os governos evitem a escalada da tensão. O vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Zhang Zhijun, disse que o país está ;profundamente preocupado; com a situação na penísula coreana, a qual qualificou de ;extremamente precária;. Ele pediu mais diálogo para reduzir a tensão no momento em que Seul prepara novos exercícios militares.
Algumas horas antes, o Ministério da Defesa confirmou que o pais executará manobras militares no Mar Amarelo. ;Não há mudanças no desenvolvimento das manobras;, declarou uma fonte ministerial de Seul. Já a Rússia, que faz fronteira com a Coreia do Norte, pediu às autoridades americanas e sul-coreanas que cancelem os exercícios militares.
Moderação
Após a visita não oficial a Pyongyang, Bill Richardson, governador do Novo México, nos Estados Unidos, pediu à Coreia do Norte ;moderação; diante de exercícios militares sul-coreanos. Ontem, Richardson qualificou a tensão entre a Coreia do Sul e do Norte como um ;barril de pólvora;. A visita ocorreu no momento em que Seul anunciou a realização das manobras militares no Mar Amarelo, em resposta ao ataque de um míssil norte-coreano que matou quatro sul-coreanos no mês passado.
Em entrevista à rede de TV CNN, Richardson disse que fez ;pequenos avanços; na promoção do diálogo entre os dois vizinhos e que pediu às autoridades norte-coreanas para exercer ;moderação; diante das tensões. ;O que precisamos fazer agora é não apenas acalmar as coisas, mas considerar as medidas que podem ser tomadas pelos norte-coreanos, especialmente, quem sabe, permitir o acesso à agência atômica internacional (AIEA) para que examine o arsenal (norte-coreano).; O enviado não oficial dos Estados Unidos acrescentou que pediu ;extremo comedimento;. ;Vamos acalmar as coisas. Evitar as reações. Deixemos os exercícios acontecerem;, afirmou.
Ontem, a Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de fornecer um ;escudo humano; para as próximas manobras militares sul-coreanas na Ilha de Yeonpyeong, reivindicada por Pyongyang, de acordo com a agência estatal Yonhap. Militares americanos devem proporcionar assistência técnica à marinha sul-coreana durante os exercícios.
"O que precisamos fazer agora é não apenas acalmar as coisas, mas considerar as medidas que podem ser tomadas pelos norte-coreanos. Especialmente, quem sabe, permitir que a agência atômica internacional examine o arsenal do país ."
Bill Richardson, governador do Novo México
Bill Richardson, governador do Novo México