Agência France-Presse
postado em 19/12/2010 17:01
Cabul - Pelo menos 13 militares e policiais morreram neste domingo no Afeganistão em dois atentados suicidas em Cabul e em Kunduz (norte), onde os combates contra os insurgentes terminaram no fim do dia, informaram fontes oficiais.Pela manhã, quatro terroristas atacaram com fuzis de assalto e cinturões de explosivos um campo de recrutamiento do Exército afegão em Kunduz, onde os combates deixaram dois soldados mortos, informaram autoridades locais à AFP.
O porta-voz do ministério afegão da Defesa, general Mohamed Zahir Azimi, afirmou que dois dos atacantes foram abatidos antes de poder entrar no centro, mas os outros dois foram bem sucedidos.
"Os dois terroristas conseguiram tomar o controle de parte do edifício, onde continuam resistindo às forças de segurança mobilizadas no local", havia informado mais cedo à AFP, o vice-governador da província de Kunduz, Hamidullah Danishi.
Os combates se estenderam durante todo o dia até que as forças de segurança afegãs, mobilizadas em grande número, e com ajuda de soldados alemães da Força da Otan no Afeganistão (Isaf), mataram os dois camicases.
"A operação terminou. Os combates chegaram ao fim. As forças de segurança mataram os dois (camicases)", declarou o porta-voz do ministério do Interior, Zemarai Bashary, que evitou dar um balanço de vítimas.
Nestes confrontos morreram pelo menos quatro militares e quatro policiais, havia informado anteriormente Danishi.
Centenas de militares e policiais afegãos, auxiliados por soldados alemães da Isaf (a força da Otan no Afeganistão) baseados em Kunduz, haviam cercadao a área e os helicópteros, sobrevoado o complexo, constatou um jornalista da AFP.
Este ataque ocorreu no dia seguinte de uma visita da chanceler alemã, Angela Merkel, às tropas posicionadas em Kunduz, uma das províncias mais instáveis do norte do Afeganistão.
Paralelamente, em Cabul, dois terroristas suicidas dispararam contra um ônibus que transportava recrutas para o Centro de Formação Militar de Cabul (KMTC), matando cinco soldados e ferindo outros nove, explicou à AFP o general Mohamed Zahir Azimi.
"Um dos suicidas foi abatido, mas o segundo conseguiu fazer explodir as bombas que levava consigo e matou cinco dos nossos homens e feriu outros nove", acrescentou Azimi.
Este local foi cercado pelo exército afegão e as forças da Isaf. O cadáver de um dos camicases jazia na estrada, com várias marcas de tiro, não longe da carcaça metálica e carbonizadaa do ônibus, constatou a AFP.
O ataque aconteceu na estrada que vai de Cabul às províncias orientais do país e à fronteira com o Paquistão.
Muitas bases de militares estrangeiros no Afeganistão e de soldados afegãos ficam ao longo desta rodovia, que tropas locais ou da Otan usam com frequência. Este ano, a estrada foi cenário de vários atentados sangrentos contra as forças de segurança nesta estrada.
Um porta-voz talibã, Zabihullah Muhahid, reivindicou os dois ataques e afirmou que mais de 12 soldados afegãos morreram na ação de Kunduz e que o ataque da capital provocou muitas baixas militares, mas sem revelar um número concreto.
O objetivo do governo dos Estados Unidos de retirar as tropas de combate a partir de 2011 e de confiar às forças afegãs a segurança do país até o fim de 2014 é considerada por muitos analistas excessivamente otimista.
Quase 150.000 soldados estrangeiros, dois terços deles americanos, estão mobilizados no Afeganistão para apoiar o governo de Cabul ante a rebelião talibã e tentar ganhar a guerra iniciada no fim de 2001, quando tropas internacionais lideradas por Washington invadiram o país.
Ainda neste domingo, a explosão de uma bomba em uma estrada na província de Kandahar, reduto dos talibãs no sul do país, matou um motorista e deixou quatro crianças feridas.