postado em 22/12/2010 08:00
As Coreias do Sul e do Norte estiveram nos últimos dias ;perto de enfrentar-se em uma guerra;, na avaliação do embaixador chinês nas Nações Unidas, Wang Min. Durante um debate com 150 jovens de todo o mundo, no Conselho de Segurança da ONU, Wang disse esperar que os governos de Seul e Pyonguang ;mantenham a calma;, ;evitem um conflito; e ;sentem-se para negociar;. ;Essas diferenças existem há anos, não começaram ontem. É pouco provável que os problemas sejam resolvidos numa noite;, acrescentou, respondendo a um jovem coreano.O governo de Pequim, praticamente o último aliado que resta ao regime comunista norte-coreano, insistiu ontem para que Pyongyang retome as negociações com um grupo de cinco países ; EUA, Japão, Coreia do Sul, Rússia e a própria China ; sobre seu programa nuclear e seu arsenal atômico. A possibilidade, no entanto, parece ter se tornado quase nula diante da resposta dura de Washington. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, reiterou que as conversações serão reiniciadas apenas quando a Coreia do Norte demonstrar ;com fatos, e não palavras;, a disposição de ;cumprir suas obrigações; relativas às atividades nucleares. Segundo Gibbs, Pyongyang não está ;nem remotamente preparada; para retornar à mesa.
As declarações do porta-voz se seguiram à visita extraoficial do governador do Novo México, Bill Richardson, à Coreia do Norte, a pedido do próprio regime. Richardson, que foi embaixador dos EUA nas Nações Unidas durante do governo de Bill Clinton, chegou de volta a Pequim afirmando que as autoridades norte-coreanas teriam se mostrado permeáveis à abertura de suas instalações nucleares para inspetores das Nações Unidas. A medida é considerada um gesto de boa vontade destinado a restabelecer a confiança entre as partes, mas, a despeito do anúncio de Richardson, não houve confirmação da oferta pelas autoridades de Pyongyang.
A tensão na Península Coreana se agrava desde o fim de novembro, quando a artilharia norte-coreana bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, matando dois fuzileiros navais e dois civis. O incidente derrubou o ministro da Defesa, acusado de reagir demorada e debilmente ao ataque, e deflagrou uma série de manobras militares por parte do Sul, inclusive com a participação de forças norte-americanas. Durante o fim de semana, a Coreia do Norte chegou a ameaçar com um revide aos exercícios realizados na segunda-feira, ao largo de uma ilha próxima a Yeonpyeong, mas na última hora o regime comunista decidiu abster-se de represálias, sob a alegação de que ;não valia a pena;.