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Brasil teria pedido ajuda aos Estados Unidos para ações contra o terrorismo

postado em 23/12/2010 08:00
Enquanto o governo dos Estados Unidos espera atrasos nas obras para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o Brasil pede aos Estados Unidos uma cooperação mais estreita na área de segurança, visando os Jogos. O objetivo é garantir que todos os padrões necessários sejam alcançados. É o que revelam os mais recentes telegramas diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks e publicados pelo jornal espanhol El País.

;O governo do Brasil percebe que enfrenta desafios fundamentais com a preparação dos Jogos e tem demonstrado muito mais abertura em áreas como a cooperação e o intercâmbio de informação com os EUA;, escreveu, em dezembro de 2009, a conselheira da Embaixada dos EUA em Brasília, Lisa Kubiske. Ela mostra-se particularmente preocupada com as declarações de Vera Alvarez, chefe da Coordenação-Geral de Intercâmbio e Cooperação Esportiva do Itamaraty. Segundo Lisa, a brasileira ;admite que terroristas podem atacar o Brasil por conta da Olimpíada, uma declaração pouco comum de um governo que acredita que não haja terrorismo no país;.

Lisa comenta ainda uma ;abordagem típica brasileira, de deixar detalhes para o último minuto; ; o que poderia ser ;um problema; nos Jogos Olímpicos. ;Os atrasos que esperamos do governo brasileiro em planejar e executar os trabalhos de preparação para uma Copa do Mundo e uma Olimpíada bem-sucedida com certeza vão gerar um ônus maior para o governo americano poder garantir que os padrões necessários serão alcançados;, afirma Lisa, no documento intitulado Olimpíada do Rio ; O Futuro é Hoje.

Além disso, a diplomata norte-americana critica a preparação esportiva brasileira e cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ;Lula disse que o Brasil vai ganhar mais medalhas que nos Jogos Pan-americanos, mas não há nenhum programa de desenvolvimento de atletas neste momento;, escreveu. ;O governo quer utilizar o fato de que será sede dos Jogos Olímpicos para ampliar sua imagem como líder da América do Sul e como ator global emergente no exterior, enquanto internamente a decisão do Comitê Olímpico Internacional é apresentada como um respaldo à administração do presidente Lula;, acrescentou, antes de fazer um alerta: ;Embora (isso) reflita a falta de planejamento da administração do presidente;.

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General Jorge Félix (foto), chefe do Gabinete de Segurança Institucional, em declaração ao embaixador Thomas Shannon" />O chefe de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix, se reuniu em 9 de fevereiro com o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, para demonstrar o desejo do Brasil de compartilhar tarefas de inteligência. ;Precisamos muito da cooperação com os Estados Unidos e outros participantes nos Jogos para garantir eventos de sucesso e seguros;, declarou Félix a Shannon. Segundo Félix, o Brasil transformará a troca de informações entre os países participantes nos eventos em prioridade.

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