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Embaixadas da Suíça e do Chile em Roma são alvo de atentados

Agência France-Presse
postado em 23/12/2010 19:33
Roma - Pacotes-bomba deixados nas embaixadas da Suíça e do Chile em Roma nesta quinta-feira (23/12) deixaram dois funcionários feridos e levaram à abertura imediata de investigações na justiça italiana, que classificou o episódio como "um ataque com objetivos terroristas".

A polícia italiana realizou uma varredura em todas as representações diplomáticas da capital, e o prefeito indicou que os serviços de emergência foram colocados de prontidão.

"Isto é uma onda de terrorismo contra as embaixadas. É mais preocupante do que um ataque isolado", declarou Gianni Alemanno. "As linhas internacionais de investigação estão sendo seguidas", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Mais tarde, um grupo anarquista, a Federação Anarquista Informal (FAI), reinvidicou o envio dos pacotes-bomba.

"Decidimos nos fazer ouvir, com palavras e ações. Destruamos este sistema de dominação. Viva a FAI, viva a anarquia. Federação Anarquista Informal, célula revolucionária Lambros Fountas", afirma uma breve mensagem encontrada em uma caixa perto de um dos feridos e recolhida pela polícia, indicaram meios de comunicação italianos.

A polícia havia afirmado mais cedo que segue uma "pista anarquista".

Estamos seguindo a pista anarquista insurrecional", afirmou o ministro do Interior, Roberto Maroni, lembrando que episódios análogos ocorreram na Grécia em novembro.

O funcionário do correio suíço que abriu o primeiro pacote ficou gravemente ferido, mas o funcionário da embaixada chilena felizmente sofreu apenas lesões leves.

"Um artefato escondido dentro de um pacote explodiu na embaixada ao meio-dia (9h de Brasília)", indicou a representação diplomática suíça em um comunicado. "O funcionário do correio teve as mãos feridas e foi imediatamente levado para o hospital".

O homem seria um cidadão suíço de 53 anos, que pode ter uma ou as duas mãos amputadas, mas não corre mais risco de vida.

Ainda de acordo com a embaixada, ninguém assumiu a autoria do atentado até o momento.

A polícia, os bombeiros e um esquadrão antibomba cercaram a embaixada, localizada a norte do centro de Roma. O mesmo esquema foi montado junto à representação chilena.

O governo chileno confirmou o atentado, acrescentando que o ataque foi com uma carta dirigida contra uma associação cultural.

O embaixador chileno na Itália, Oscar Godoy, também condenou o "ato de terrorismo irracional e brutal" que feriu César Mella, um funcionário administrativo.

A agência de notícias Ansa informou que um terceiro pacote-bomba foi encontrado na embaixada da Ucrânia, mas não chegou a explodir. Um porta-voz da polícia italiana, no entanto, disse à AFP que o terceiro artefato foi apenas um alarme falso.

"Expressamos nossa total solidariedade ao embaixador suíço e a todos os funcionários da representação diplomática, que foram alvo de um ato de violência deplorável que merece a mais firme condenação", declarou em um comunicado o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini. "Esperamos que o funcionário da embaixada ferido possa se recuperar completamente", acrescentou.

Na manhã desta quinta-feira, o governo italiano registrou dois alarmes falsos de bomba nos escritórios romanos, um deles localizado no coração da capital.

O prefeito, no entanto, garantiu que não há nenhuma ligação entre os dois episódios.

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