Agência France-Presse
postado em 24/12/2010 15:20
LONDRES - Uma russa, que as autoridades britânicas prenderam no início de dezembro por suspeita de espionagem, negou nesta sexta-feira trabalhar para os serviços secretos russos."Não trabalho nem nunca trabalhei para os serviços secretos russos", afirmou Katia Zatuliveter em um comunicado. "Não entendo por que me ameaçam de expulsão, mas estou decidida a ficar no Reino Unido e provar minha inocência", acrescentou a jovem de 25 anos que trabalha para um deputado britânico como assistência parlamentar.
Zatuliveter foi presa no início de dezembro, antes de receber liberdade condicional na semana passada.
Em função deste caso, as autoridades britânicas anunciaram na terça-feira a expulsão de um diplomata russo que trabalhava no Reino Unido.
O MI5, os serviços de segurança e contraespionagem britânicos, acredita que Katia Zatuliveter, ex-assistente de Mike Hancock, deputado liberal democrata da câmara dos Comuns, é, na realidade, uma agente que opera para os serviços de inteligência russos.
Esta prisão foi a primeira desde o fim da Guerra Fria a envolver uma pessoa dentro do Parlamento britânico acusada de realizar atividades de espionagem para a Rússia.
Segundo o Sunday Times, o MI5 acha que esta a mulher, considerada muito atraente, se aproximou deliberadamente de Mike Hancock, de 64 anos, que é um político pró-russo. O deputado negou as acusações.
"Ela não é uma espiã russa", afirmou Hancock à agência de notícias Press Association.
A expulsão de Zatuliveter afeta novamente as relações diplomáticas entre Grã-Bretanha e Rússia, já abaladas pela morte por envenenamento do dissidente rusos Alexander Litvinenko em Londres, em 2006.