Mundo

Neve prejudica transportes na Europa em pleno Natal

Agência France-Presse
postado em 24/12/2010 21:48
Paris - Fortes nevascas, estradas e ferrovias congeladas voltaram a espalhar o caos nesta sexta-feira na Europa, em plenas festas de Natal, bloqueando milhares de pessoas no aeroporto parisiense Charles de Gaulle, onde a situação se normaliza pouco a pouco após vários voos cancelados durante o dia.

O tráfego aéreo, muito prejudicado pela neve e pelo gelo na região de Paris, melhora progressivamente na noite desta sexta-feira, e deve ser "normal" no sábado no Charles de Gaulle, disse à AFP a Direção Geral de Aviação Civil (DGAC).

Para o sábado, "nenhum sinal (de voos cancelados) foi dado às companhias aéreas", e o "tráfego deve ser normal" nos aeroportos parisienses, indicou um porta-voz da DGAC.

Ao todo, 400 voos foram cancelados até as 15H00 de Brasília no aeroporto Charles de Gaulle, terceiro maior da Europa, onde mais uma vez a desorganização ficou evidenciada. Na quinta-feira, a DGAC anulou 20% dos voos previstos para este dia.

A Aeroportos de Paris (ADP), empresa que administra os terminais aéreos parisienses, e a Defesa Civil colocaram 800 camas de campanha à disposição dos passageiros à espera de seus voos, além de distribuir "milhares de cobertores". A Air France informou ter oferecido a seus viajantes "3.500 quartos em hoteis próximos" ao terminal.

A Air France informou que garante todos os voos de longa distância de ou para o Charles de Gaulle e todos os voos de e para Orly, mas na prática a situação era diferente.

A DGAC justificou os cancelamentos com as "temperaturas negativas" e os "problemas de abastecimento de anticongelante", material necessário para derreter a neve que cobre os aviões.

"Há um verdadeiro problema de anticongelante no aeroporto de Roissy (Charles de Gaulle", admitiu o secretário de Estado francês dos Transportes, Thierry Mariani, que admitiu que alguns passageiros passarão o Natal nos terminais.

Um problema similar aconteceu no aeroporto de Bruxelas, que por falta de glicol interrompeu os voos entre segunda-feira e quarta-feira.

Uma fonte aeroportuária informou que um avião de carga que transporta glicol chegou nesta sexta-feira a Paris procedente dos Estados Unidos.

Em consequência da neve e da falta de anticongelante, mais uma vez 2.000 passageiros deverão pernoitar no Charles de Gaulle.

A Aeroportos de Paris (ADP), empresa que administra os terminais aéreos da cidade, e a Defesa Civil disponibilizaram 800 camas improvisadas e distribuíram milhares de cobertores. A Air France anunciou que conseguiu 3.500 quartos de hotéis para os clientes.

"Todo mundo joga a culpa para o outro lado. A companhia, a direção do aeroporto", protestou Zakaria Talhaoui, uma médica de 29 anos, grávida, que deveria ter viajado na quinta-feira para Marrocos.

"Há anos que neva em dezembro na França. E ainda continuam os grandes problemas no Charles de Gaulle?", questionou o italiano Antonio Carrino, de 33 anos, que tinha voo marcado para Roma na manhã de sexta-feira.

Para completar, 2.000 pessoas foram obrigadas a deixar nesta sexta-feira o terminal 2E deste aeroporto parisiense em consequência da neve no teto, o mesmo que desabou em 2004 e matou quatro passageiros estrangeiros, segundo fontes aeroportuárias.

Mas o subdiretor da ADP, Bernard Cathelin, negou uma retirada total do terminal. "Pedimos aos passageiros que deixassem a área na qual a neve estava acumulada".

A terceira forte nevasca na região norte da França bloqueou muitas estradas da região e centenas de pessoas foram obrigadas a passar a noite em abrigos de emergência.

O tráfego ferroviário e rodoviário na vizinha Bélgica era caótico nesta sexta-feira após o acúmulo de 10 a 20 centímetros de neve. Em Bruxelas, ônibus e táxis foram impedidos de circular, enquanto os trens registravam atrasos consideráveis, além de cancelamentos, já que os funcionários da empresa nacional de ferrovias não conseguiram chegar aos locais de trabalho.

Quase 20% do tráfego aéreo belga foi afetado.

Na Alemanha, várias rodovias e ferrovias estavam congeladas e o aeroporto de Dusseldorf estava fechado.

Uma pessoa morreu e 10 ficaram feridas em um engavetamento de 51 veículos entre Berlim e Munique.

De acordo com o Instituto de Meteorologia da Universidade de Berlim, a capital alemã registra as nevascas mais intensas desde 1908, com 30 centímetros de neve registrados desde o começo de dezembro.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação