Agência France-Presse
postado em 26/12/2010 15:09
Jerusalém - Israel "não pedirá desculpas" à Turquia pelo ataque, em maio, contra uma flotilha de ajuda humanitária que furou o bloqueio para tentar chegar à Faixa de Gaza, que resultou na morte de nove ativistas turcos, declarou neste domingo o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.
"Não haverá desculpas. Quem deveria se desculpar é o governo da Turquia, por apoiar o terrorismo", disse Lieberman, durante uma reunião de embaixadores em Jerusalém.
O ministro ultraconservador criticou duramente a Turquia, em tom pouco diplomático, afirmando que a exigência de desculpas por parte de Ancara é "uma piada".
No sábado, o chefe da diplomacia turca Ahmet Davutoglu indicou que a Turquia gostaria de se reconciliar com Israel, após o episódio da flotilha ter estremecido ainda mais as relações entre os dois países. No entanto, exigiu para isto que o governo pedisse desculpas e pagasse indenizações pelos nove cidadãos turcos que morreram no incidente.
No dia 31 de maio, uma operação israelense contra o barco "Mavi Marmara", que integrava uma flotilha com destino a Gaza, território bloqueado por Israel em resposta à chegada do grupo radical Hamas ao poder, terminou com a morte de nove turcos.
Israel alega que a embarcação transportava armas e munições. Neste domingo, milhares de pessoas agitando bandeiras turcas e palestinas receberam o "Mavi Marmara" no porto de Istambul.
O barco, que passava por reparos em um porto turco no mar Mediterrâneo. No ano que vem, fará parte de uma nova flotilha que tentará entrar em Gaza mais uma vez no dia 31 de maio, anunciou a ONG islâmica turca IHH, proprietária da embarcação.