Agência France-Presse
postado em 26/12/2010 19:20
Paris - O presidente proclamado da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, denunciou um complô da França e dos Estados Unidos para afastá-lo do poder e disse que as ameaças africanas de intervenção militar em seu país devem ser levadas a sério, segundo entrevista divulgada neste domingo pelo jornal francês Le Figaro on-line.
Gbagbo questiona a atuação dos embaixadores da França e dos Estados Unidos nos dias seguintes à polêmica eleição de 28 de novembro.
"Eles foram buscar Youssouf Bakayoko, o presidente da Comissão Eleitoral Independente, para conduzi-lo ao Hotel do Golf, que é o quartel-general de meu adversário" (Alassane Ouattara, reconhecido vencedor pela maioria da comunidade internacional), afirma Gbagbo.
"Então nos inteiramos de ele disse a uma televisão que meu adversário havia sido eleito. Durante esse tempo, o Conselho Constitucional trabalhava e disse que Laurent Gbagbo foi eleito", contou.
"A partir daí, franceses e americanos disseram que foi Alassane Ouattara (que venceu as eleições). Tudo isso é o que chamamos de complô", afirmou.
Gbagbo se encontra, além disso, sob a ameaça de uma intervenção militar de seus vizinhos, reunidos dentro da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"Todas a ameaças devem ser levadas a sério. Mas na África seria a primeira vez que países africanos estariam dispostos a entrar em guerra contra outro país porque as eleições saíram mal", declarou ainda.