Agência France-Presse
postado em 27/12/2010 21:40
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, justificou nesta segunda-feira (27/12) a alta de até 80% nos preços dos combustíveis afirmando que os subsídios eram uma "sangria para a economia" boliviana."A decisão sobre os preços dos combustíveis é justamente para que não haja uma sangria na economia nacional: à margem dos subsídios há o contrabando que a cada ano leva 150 milhões ao exterior", assinalou Morales.
O governo anunciou no domingo um severo reajuste nos preços da gasolina (83%) e do diesel (73%), após o fim dos subsídios aos combustíveis.
"Este dinheiro (que sai com o contrabando) deve ficar aqui e com ele vamos tocar projetos produtivos com as prefeituras".
O governo atribui o reajuste ao contrabando dos combustíveis para os vizinhos Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Peru.
"É nossa obrigação cuidar da economia nacional", disse Morales, que paralelamente congelou os preços dos serviços básicos, como água, luz e telefone.
Reagindo à decisão, os transportes urbanos iniciaram uma greve por tempo indeterminado nas principais cidades da Bolívia.
"Rejeitamos a medida adotada pelo governo e por isto nos declaramos em paralisação indefinida. A greve será a nível nacional. Somos quase 175 mil afiliados que dependem da confederação e a instrução é para todos", disse o secretário da Confederação de Motoristas, Franklin Durán.