Agência France-Presse
postado em 02/01/2011 17:21
La Paz - O governo boliviano voltará a aumentar os preços dos combustíveis, mas apenas com o aval do povo, após suspender a medida na sexta-feira passada, em meio a violentos protestos no país, anunciou neste domingo (2/1) o vice-presidente, Alvaro García.Sem informar o percentual do aumento, García admitiu que o governo manterá parte da subvenção aos combustíveis, mas advertiu que a "longo prazo" esta prática será impossível.
"A longo prazo isto é insustentável", porque o preço subvencionado promove o contrabando para os países vizinhos e isto é "uma veia aberta" em nossa economia.
O governo do presidente Evo Morales elevou no domingo passado os preços da gasolina e do díesel em mais de 80%, eliminando a subvenção para acabar com o contrabando, mas a decisão gerou uma revolta popular que deixou 15 feridos e 21 detidos, além de disparar os preços dos alimentos.
O vice-presidente assinalou que há um abismo entre os preços dos combustíveis na Bolívia e no mercado internacional, e que isto representa uma "sangria" de recursos públicos, mas destacou que é o povo que vai decidir o que e quando fazer.
"Este (reajuste de preços) será adotado em consenso com o povo, já que governamos com o povo. O momento também será decidido pelo povo", afirmou García.
"Vamos assumir as responsabilidades conjuntamente, com o povo boliviano, nos preparar para o diálogo", disse García, que convocou sindicatos, camponeses e indígenas para decidir a questão.
O diálogo permitirá ao governo ter uma ideia de quando aplicar a medida e como executá-la sem provocar protestos.