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Apedrejamento da iraniana Sakineh pode ser anulado

Agência France-Presse
postado em 02/01/2011 19:05
Teerã - A pena de morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada por adultério, pode ser anulada, disse este domingo (2/1) um alto representante da Justiça iraniana, citado pela agência Fars.

Ao ser perguntado se o apedrejamto de Sakineh Mohammadi-Ashtiani poderia ser anulado, Malek Ajdar Sharifi, chefe de Justiça da província do Azerbaijão leste, declarou que "qualquer coisa é possível".

Sharifi também destacou que ainda há algumas "ambiguidades" nas "provas" deste caso, o que tem atrasado a decisão final.

A pena de apedrejamento contra Sakineh Mohammadi-Ashtiani tem provocado uma mobilização da comunidade internacional, razão pela qual as autoridades iranianas decidiram suspendê-la até rever o caso.

A declaração de Sharifi ocorre um dia após Sakineh informar que processará os dois jornalistas alemães que foram detidos no Irã por entrevistar seu filho.

"Disse a Sajjad (filho de Sakineh) que processe aqueles que desonraram a mim e ao meu país", declarou à imprensa.

A mulher enumerou aqueles a quem pretende processar: "os dois alemães", seu ex-advogado Mohammad Mostafaie; Mina Ahadi, que dirige o Comitê Internacional Antiapedrejamento, com sede em Berlim, e seu cúmplice no assassinato de seu esposo, Issa Taheri.

Os dois jornalistas, que trabalham para o semanário alemão Bild am Sonntag, foram detidos em 10 de outubro por entrevistar o filho e o advogado da mulher condenada.

Oficialmente, o Irã acusa os dois jornalistas de terem entrado em seu território com vistos de turistas e não como jornalistas.

Durante encontro com a imprensa, em Tabriz (noroeste), o filho de Sakineh pediu que a mãe não seja executada.

"A sentença contra a minha mãe é o apedrejamento, mas não deveria ser levada a termo. Peço que a sentença de morte seja comutada. Este é o meu pedido", disse Sajjad Ghaderzadeh.

Sakineh Mohammadi-Ashtiani foi condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do seu marido.

A condenação por assassinato foi reduzida, em apelação em 2007, para 10 anos de prisão, mas a sentença a morrer apedrejada por adultério foi mantida no mesmo ano por outra corte de apelação.

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