Mundo

Justiça admite rever destino de Sakineh

postado em 03/01/2011 09:30
A justiça iraniana reconheceu pela primeira vez que ;há ambiguidades; no caso Sakineh, a mulher condenada por ter encomendado a morte do marido no país muçulmano. Malek Ajdar Sharifi, diretor do departamento de justiça da província do Azerbaijão do Leste, onde Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, está presa, deu a entender que a pena de apedrejamento poderia, até mesmo, ser anulada. ;Qualquer coisa é possível;, disse ele à agência de notícias Fars, assinalando que as divergências nas provas têm provocado atraso na decisão sobre o destino de Sakineh.

Na noite do último sábado, a mulher foi liberada da cadeia para jantar com os filhos ; Sajjad Ghaderzadeh, 22 anos, e a jovem Saideh Ghaderzadeh, 18 ; e para falar com a imprensa. Durante a entrevista coletiva, ela negou que tenha sido torturada na prisão e admitiu ter sido cúmplice do assassinato do marido. Ela também disse que pretende processar seu ex-advogado, Mohammad Mostafaei, que fugiu do Irã após conseguir chamar a atenção de outros países para o caso.

Pouco antes, o filho de Sakineh havia renovado o apelo para que a mãe não fosse executada. ;Considero minha mãe e Issa Taheri (suposto amante da iraniana) assassinos de meu pai e ambos são culpados. Acreditei que ela seria libertada se houvesse uma polêmica em relação ao assunto, mas isso não aconteceu;, lamentou Sajjad Ghaderzadeh. A mãe foi condenada à morte em 2006 por envolvimento no assassinato do marido e, ao apedrejamento, por adultério. A justiça suspendeu em julho passado a pena de apedrejamento, esperando um novo exame do dossiê. Ela foi considerada culpada de ter matado o marido com a ajuda de Issa Taheri.

Alemães processados
Durante a conversa com a imprensa, Sakineh afirmou que vai denunciar os dois jornalistas alemães que tentaram entrevistar seu filho em outubro. A dupla, que trabalha no jornal semanal Bild am Sonntag, não teria autorização para atuar no país e foi acusada de espionagem. Há algumas semanas, porém, o governo disse que os repórteres seriam processados apenas por terem entrado de forma ilegal no território. Ontem, autoridades germânicas fizeram novo apelo para que o Irã libere os jornalistas, presos desde 10 de outubro de 2010. O ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, estava entre as pessoas que assinaram o documento, publicado em mais de 15 páginas no semanário Bild am Sonntag.

Aviões abatidos
O comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária iraniana Amir Ali Hajizadeh anunciou ontem que foram derrubados dois aviões teleguiados de reconhecimento (drones) no Golfo Pérsico. ;Muitos aviões de espionagem dos nossos inimigos foram derrubados (por nossas forças)... Também derrubamos dois aviões de espionagem no Golfo Pérsico;, disse o comandante à agência semioficial de notícias Fars, acrescentando: ;Mas é a primeira vez que estamos anunciando.;

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação