Agência France-Presse
postado em 07/01/2011 17:42
Washington - Os republicanos atacaram nesta sexta-feira, dois dias após assumir o controle da Câmara dos Representantes, a reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos, apesar das poucas chances de conseguir a revogação do texto, símbolo da presidência Obama.Em um primeiro teste na manhã desta sexta-feira na câmara baixa, 236 deputados aprovaram o regulamento que regerá os debates sobre a revogação da lei e 181 votaram contra. Apenas quatro democratas votaram juntos com os republicanos.
A votação, sem grande suspense dada a predominância republicana na nova assembleia, abre caminho para a que acontece na próxima quarta-feira, sobre a revogação da lei adotada em março de 2010.
"Não é surpresa para vocês e não deveria ser uma surpresa para os nossos colegas democratas, nem para os americanos, que queiramos revogar a lei sobre o seguro saúde", repetiu na quinta-feira o novo presidente republicano da Câmara dos Representantes, John Boehner, à imprensa.
Os republicanos fizeram campanha e ganharam as eleições legislativas de 2 de novembro com promessas de derrubar a lei do presidente Barack Obama, como também de reduzir os gastos públicos.
Segundo uma estimativa do escritório do Orçamento do Congresso (CBO), um organismo independente, a revogação acrescentaria 230 bilhões de dólares ao déficit americano em 10 anos.
Boehner respondeu que o CBO "tinha direito a ter suas próprias opiniões". Para o economista conservador Doug Holtz-Eakin, a retirada do texto é um "passo em direção à estabilização orçamentária".
Se a Câmara votar a revogação na semana que vem, ainda é pouco provável que o Senado, onde os democratas mantiveram a maioria, vá validar a medida. E mesmo em caso contrário, a intenção não passará pelo veto do presidente.
A Casa Branca divulgou na noite de quinta-feira sua posição oficial sobre a questão: "o governo se opõe com firmeza" à revogação.
Os líderes democratas se dizem prontos a defender a reforma do sistema de saúde, fruto de longas negociações, para oferecer cobertura de saúde a pelo menos 32 milhões de americanos e cobrir 95% dos que possuem menos de 65 anos. Entre as medidas mais significativas, o texto impede às empresas de seguro recusar atendimento a crianças com doenças preexistentes.
Se as chances de conseguir a revogação são poucas, os republicanos ainda poderão agir em outro âmbito: durante as discussões sobre o orçamento, previstas para as próximas semanas, poderão recusar-se a validar o financiamento de algumas medidas.
Segundo uma pesquisa Gallup publicada nesta sexta-feira, 46% dos americanos são favoráveis à revogação e 40% são contra.