postado em 08/01/2011 08:00
A União Europeia decidiu rejeitar o convite feito pelo Irã para uma visita a suas instalações nucleares. A chefe da diplomacia do bloco, Catherine Ashton, assinalou, de qualquer forma, que continua otimista em relação à nova rodada de conversações com o governo de Mahmud Ahmadinejad, prevista para o próximo dia 20, na Turquia. %u201CO que direi é que o papel de inspecionar instalações nucleares cabe à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), e espero que o Irã garanta que a AIEA possa ir e realizar seu trabalho%u201D, disse Ashton, após um encontro com o chanceler húngaro, Janos Martonyi.
No início da semana, o Irã enviou cartas a vários embaixadores junto à AIEA, em Viena, convidando-os a visitar duas instalações: a usina de enriquecimento de urânio de Natanz e o complexo de água pesada de Arak. Entre os países convidados está o Brasil, que analisa a oferta, de acordo com o Itamaraty.
Os Estados Unidos e os três países europeus que mais pressionam o Irã para que suspenda as atividades de enriquecimento de urânio %u2014 Reino Unido, França e Alemanha %u2014 não foram convidados para a visita. Catherine Ashton disse ter conversado com representantes da Rússia e da China, países que também foram chamados para a visita, antes de decidir que a oferta não deveria ser aceita. %u201CEvidentemente, consultei os outros membros do E3 3 (seis potências) que foram convidados. Minha posição é que, embora eu não enxergue esse convite sob uma ótica negativa, visitar essas instalações e determinar o que são não é nosso trabalho. É algo que requer conhecimentos especializados%u201D, reforçou Catherine Ashton.
Em Viena, o enviado do Irã à AIEA, embaixador Ali Asghar Soltanieh, disse à agência Reuters que já obteve uma resposta positiva da maioria dos embaixadores credenciados junto ao órgão que foram chamados para a visita. Entretanto, não os identificou. %u201CConvidamos todos os amigos a se reunirem da maneira mais transparente para ver nossas instalações nucleares, e esta é uma iniciativa muito positiva do Irã%u201D, disse Soltanieh. Ele se negou a comentar as declarações da chefe da diplomacia da UE, assinalando que não havia recebido uma resposta formal.