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Avião cai e mata 72 passageiros em área montanhosa do noroeste do Irã

postado em 10/01/2011 08:00
Trabalhadores da equipe de resgate tentam encontrar sobreviventesPelo menos 32 das 105 pessoas a bordo sobreviveram à queda de um Boeing 727 da companhia Iran Air nas proximidades da cidade de Orumiyeh, na região montanhosa do noroeste do Irã, na fronteira com a Turquia. O acidente, um dos mais graves para a aviação civil iraniana nos últimos anos, ocorreu por volta das 19h15 (14h15 em Brasília), e até o início da noite eram ainda desencontradas as informações sobre o número de mortos ; seriam ao menos 70, segundo o balanço mais recente. Entre as dezenas de feridos, 10 estariam em estado grave.

O avião voava de Teerã com destino a Orumiyeh e tinha decolado com uma hora de atraso do aeroporto de Mehrabad, na capital iraniana. ;No avião viajavam 105 pessoas, entre as quais 94 eram passageiros, entre eles duas crianças;, informou Shahrokh Nioushabadi, representante da Iran Air. ;O número de mortos ainda não foi determinado por causa da urgência que cerca o resgate dos sobreviventes;, completou Gholam-Reza Masumi, um dos responsáveis pelos serviços de emergência. ;Ainda trabalhamos com a possibilidade de que aumente o número de pessoas com vida;, observou o funcionário.

As condições críticas do clima, com nevasca e nevoeiro intensos, têm dificultado as operações de salvamento. A neve, porém, foi responsável por amortecer a queda do avião, um dos fatores que, segundo peritos, pode ter contribuído para que o acidente tenha deixado um número considerável de sobreviventes. Segundo as informações iniciais, o Boeing ; que ficou completamente despedaçado ; estaria próximo do solo quando perdeu sustentação. O difícil acesso ao local contribuiu para o fluxo lento de notícias confiáveis. Várias horas depois da tragédia, as agências de notícias contabilizavam até 150 pessoas a bordo e mencionavam cerca de 50 sobreviventes, com base em declarações de Heydar Heydari, subchefe das operações de resgate no Crescente Vermelho, similar muçulmano da Cruz Vermelha.

Histórico trágico
Uma sucessão de acidentes aéreos tem atingido o Irã nos últimos anos. Sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ; e reforçadas nos últimos meses, como parte das pressões para deter o programa nuclear do regime islâmico ; impediram a compra de novas aeronaves no Ocidente e até mesmo a aquisição de peças de reposição para os aparelhos mais antigos. Outro registro recente de alta gravidade ocorreu em julho de 2009. Na ocasião, uma aeronave da Caspian Airlines que voava com destino à Armênia sofreu incêndio em pleno ar, matando 168 pessoas ao cair sobre uma área rural próxima à cidade de Qazvin. Outro gravíssimo acidente marcou fevereiro de 2003. Ao transportar tropas da Guarda Revolucionária, unidade militar de elite, um Ilyushin-76, de fabricação russa, caiu no sudeste do país, matado 276 pessoas.

Marcha contra a blasfêmia
Marcha contra a blasfêmiaDezenas de milhares de pessoas se manifestaram ontem em Karachi, no sul do Paquistão, contra a revisão da lei que prevê a pena de morte em caso de blasfêmia contra o islã. Os manifestantes também reiteraram seu apoio ao policial que, na semana passada, assassinou o governador da província do Punjab, Salman Taseer, que tentava modificar a lei. O protesto em Karachi, capital econômica do Paquistão, com 18 milhões de habitantes, foi convocado por partidos muçulmanos radicais. Taseer, 66 anos, um dos poucos políticos moderados do país e crítico do islã radical, foi morto na última terça-feira pelo policial, que integrava sua escolta. O crime foi celebrado nos círculos religiosos extremistas, evidenciando a precariedade da situação política do país e do governo.

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