Agência France-Presse
postado em 10/01/2011 12:03
Tucson (EUA) - O jovem de 22 anos que, no último sábado, causou a morte de seis pessoas e deixou gravemente ferida uma congressista americana em Tucson, Arizona, comparece nesta segunda-feira (10/1) ante uma corte para responder pelo crime.Jared Lee Loughner, de 22 anos, foi acusado pelo assassinato do juiz federal John M. Roll e de Gabriel Zimmerman, assistente da legisladora democrata Gabrielle Giffords.
Também foi acusado de tentativa de homicídio de Giffords, que foi gravemente ferida na cabeça, assim como de Pamela Simon e Ron Barber, membros da comitiva da deputada, informou Dennis K. Burke, promotor federal do Arizona.
O acusado comparecerá perante o tribunal na segunda-feira às 14h local (19h de Brasília) em Phoenix. Atualmente, ele se encontra detido pelas autoridades federais.
Burke acrescentou que a promotoria está elaborando o indiciamento formal de Jared Lee Loughner.
O tiroteio, que ocorreu no sábado no estacionamento de um supermercado em Tucson, matou seis pessoas, incluindo uma menina de 9 anos, e feriu 14.
Em uma coletiva de imprensa, o diretor do FBI, Robert Mueller, advertiu sobre as possíveis acusações contra o autor do tiroteio.
"Não descarto a possibilidade de que sejam apresentadas acusações adicionais sob o status de terrorismo nacional, já que a investigação segue aberta", acrescentou o diretor do FBI.
Durante o comparecimento dos acusados nesta segunda-feira, o tribunal definirá uma data para a audiência preliminar e a revisão dos motivos da detenção.
Um júri será o responsável, em um prazo de 30 dias após a primeira aparição do acusado, de examinar as provas contra ele antes de pronunciar o auto de processamento.
Loughner teria escrito "Eu planejei antecipadamente" e "Meu assassinato" em um envelope junto ao nome da deputada americana, em quem mais tarde disparou à queima-roupa na cabeça, segundo informações divulgadas.
O documento de acusação revelou que os investigadores revistaram a casa de Loughner em Tucson e encontraram uma carta de Giffords de agosto de 2007 na qual agradecia a ele por assistir a um evento político similar ao do tiroteio.
Mas também encontraram as frases "Eu planejei antecipadamente", "Meu assassinato" e "Giffords" escritas a mão, além do que parecia ser a assinatura de Loughner, segundo a declaração dos promotores.
Em uma entrevista à rede Fox News, o xerife do condado de Pima, Clarence Dupnik, referiu-se a outra carta de Loughner na qual "indicava que ele iria matar a mulher escandalosa".
Consultado se estava claro que Giffords era o alvo, Dupnik respondeu: "Não há nenhuma dúvida a respeito. Não há nenhuma dúvida de que este foi um ato de um só indivíduo muito perturbado".
O presidente americano, Barack Obama, convocou os cidadãos a fazer "um momento de silêncio" nesta segunda-feira às 16h GMT (14h de Brasília) pelas vítimas do tiroteio.
"Peço aos americanos que façam um momento de silêncio para honrar as vítimas da tragédia absurda em Tucson, Arizona, e para os que seguem lutando para sobreviver", disse Obama em um comunicado. "Será uma chance para nos reafirmarmos como nação, seja na oração ou na reflexão, lembrando as vítimas e suas famílias", acrescentou.
O presidente fará o momento de silêncio com os funcionários da Casa Branca no Jardim Sul da sede presidencial, indicou o comunicado.
Obama também pediu que a bandeira americana seja hasteada a meio mastro em todos os edifícios públicos e militares do país e do resto do mundo "como um sinal de respeito às vítimas".
Já a deputada Giffords, de 40 anos, permanece internada e o estado ainda é crítico, embora tenha conseguido se comunicar com os médicos, segundo explicou Michael Lemole, chefe de neurocirurgia do University Medical Center de Tucson.
Lemole disse estar "cautelosamente otimista" sobre a recuperação da deputada, mas advertiu que a "condição continua sendo crítica".