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China faz primeiro teste com avião furtivo durante visita de Robert Gates

Agência France-Presse
postado em 11/01/2011 16:14

Pequim - Um avião de combate apresentado como o primeiro bombardeiro furtivo chinês realizou seu voo inaugural, segundo fotografias publicadas nesta terça-feira (11/1) pela imprensa oficial, mas o presidente Hu Jintao aparentemente não foi informado a respeito, segundo uma fonte americana.

Este batismo do avião furtivo J-20, que confirma os rápidos progressos de sua concepção e desenvolvimento, que acontece durante a visita a Pequim do secretário de Defesa americano, Robert Gates, cujo objetivo é melhorar as relações entre os dois países. Fotos do avião J-20, voando sobre a província de Sichuan (sudoeste), foram publicadas em sites do jornal Global Times e da Agência China Nova.

O voo de teste durou 15 minutos. "Parece claro que nenhum dos civis na sala foi informado do voo", comentou uma fonte americana, que não quis ser identificada, referindo-se ao local da entrevista que Gates manteve com Hu Jintao, que é o chefe dos Exércitos.

Gates disse à impreensa ter falado abertamente sobre este voo inaugural com o presidente Hu. "Ele disse que este voo não tem relação alguma com minha visita", afirmou Gates. Mas uma fonte que se achava presente explicou que o chefe de Estado chinês chegou a consultar, separadamente, um conselheiro para poder responder à pergunta de Gates.

Jintao se reuniu Gates num momento em que os dois países tentam reconstruir suas relações militares sobre bases sãs, uma semana antes da esperada visita do presidente chinês a Washington.

O encontro ocorreu em um salão do Palácio do Povo, na Praça da Paz Celestial. A visita de Robert Gates à China simboliza "os novos avanços" nas relações militares EUA-China, declarou Hu Jintao, afirmando que a reunião com o chefe do Pentágono em Pequim permitiu que os dois países trocassem ideias "de maneira muito sincera".


Gates, por sua vez, transmitiu a Hu os cumprimentos do presidente Barack Obama, que o receberá em Washington no dia 19 de janeiro, e disse que os encontros com o presidente e com outras autoridades chinesas proporcionaram um avanço no sentido de "uma melhora a longo prazo" dos vínculos militares entre os dois países.

No avião que o levava a Pequim, Gates declarou que o aparente avanço da China no desenvolvimento de seu primeiro jato militar, em ritmo melhor que o esperado, e a potencial ameaça aos Estados Unidos representada por seus mísseis antinavios, aumentam a importância de construir um diálogo com o exército chinês.

"Eles claramente têm o potencial de colocar algumas de nossas capacidades militares em risco. E nós temos que prestar atenção a eles, temos que reagir apropriadamente com nossos próprios programas", afirmou. "Minha esperança é que, através deste diálogo estratégico ao qual me refiro, talvez haja menos necessidade de manter estas capacidades militares".

É a primeira visita de Gates à China desde 2007, quando ainda servia ao governo do presidente George W. Bush. O secretário deu início a sua agenda oficial na segunda, quando se reuniu por mais de duas horas com seu colega. Os dois se declararam a favor de reforçar o diálogo bilateral.

Mesmo assim não foi anunciado nenhum acordo importante e a China reiterou que a venda de armas americanas a Taiwan continuará sendo um tema delicado. "A posição da China é clara e coerente. Nós nos opomos a esses contratos", enfatizou o general Liang, durante coletiva conjunta com Gates.

Estas vendas de armas "prejudicam gravemente os interesses vitais da China e não queremos que isso se repita", advertiu ainda. Chineses e americanos estão empenhados em mostrar avanços nos laços militares, suspensos por Pequim em 2010 em represália à decisão dos Estados Unidos de vender bilhões de dólares em armas para Taiwan.

O secretário americano, convidado pelo presidente Barack Obama a permanecer no cargo após o fim do governo Bush, disse que o momento escolhido para esta viagem não foi uma coincidência. "Está claro que os chineses queriam que eu viesse antes que o presidente Hu visitasse Washington", estimou.

"Pessoalmente, acho que uma relação positiva, construtiva e abrangente entre os Estados Unidos e a China não é apenas do interesse mútuo dos dois países, é do interesse de todos na região e do mundo todo, eu diria", destacou Gates. Nesta quarta, Gates visitará um centro atômico perto de Pequim. Depois viajará ao Japão e Coreia do Sul.

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