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Advogado acusa a Suécia de querer entregar fundador do Wikileaks aos EUA

Agência France-Presse
postado em 12/01/2011 15:54

Berlim - Um advogado de Julian Assange acusou a Suécia de reclamar da Grã-Bretanha a extradição do fundador do WikiLeaks apenas para poder entregá-lo às autoridades nos Estados Unidos, em entrevista publicada nesta quarta-feira (12/1). "Fui informado que os suecos se preparam para arquivar imediatamente a investigação por agressão sexual assim que os americanos tiverem formulado sua demanda de extradição", declarou em Londres Mark Stephens à revista Die Zeit.

O advogado cita fontes em Washington e em Estocolmo, segundo um comunicado da revista difundido antes de sua chegada às bancas na quinta-feira.A defesa de Julian Assange acredita que exista um perigo real que, uma vez extraditado, o fundador do WikiLeaks seja enviado aos Estados Unidos, onde poderia ser detido no campo de Guantánamo e, inclusive, condenado à morte.

Na véspera, ficou decidido pela justiça britânica que o pedido de extradição apresentado pela Suécia será examinado em 7 e 8 de fevereiro.

O australiano, de 39 anos, sempre negou as acusações de supostos crimes sexuais contra duas mulheres, razão pela qual a Suécia pede sua extradição, e estima que o caso está politicamente motivado após a difusão no WikiLeaks e em vários jornais de prestígio de milhares de despachos diplomáticos confidenciais de embaixadas americanas e documentos secretos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão.

Em um documento publicado nesta terça, a defesa de Assange insiste na tese que, em caso de extradição, existe um risco real de que Assange termine "detido em Guantánamo ou exposto à pena de morte" nos Estados Unidos. Além disso, acusaram a promotoria sueca de abuso de direito e de conduta ilegal em seus esforços de extraditar seu cliente.

O texto, escrito por um dos representantes legais de Assange, o advogado especializado em direitos humanos Geoffrey Robertson, assinala o pedido de extradição carece de validade legal por ter sido emitida por uma promotora sem competência para isso e não pela polícia sueca. Também questiona mais uma vez a credibilidade das supostas vítimas de Assange.

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