Beirute - O governo de união do Líbano entrou em colapso, após a demissão apresentada pelo décimo-primeiro ministro, ligado ao presidente da República, que acompanhou os outros dez do Hezbollah e de seus aliados, anunciou nesta quarta-feira a Agência Nacional de Informação libanesa. O governo, que conta com 30 ministros, entra em crise se mais de um terço de seus ministros se retirar (neste caso, 11), segundo a Constituição libanesa.
Mais cedo, os dez ministros do Hezbollah e de seus aliados políticos apresentaram sua renúncia do governo de Saad Hariri, devido à investigação do tribunal da ONU sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hairri, pai do atual chefe de governo. O Hezbollah, temeroso de que alguns de seus elementos sejam acusados pelo Tribunal Especial para o Líbano pelo assassinato, em 2005, de Hariri, havia dado um prazo de "algumas horas" ao governo de Saad Hariri para tomar uma decisão sobre esta "corte que divide o país".
A existência do tribunal, que divulgará em breve sua acusação por este assassinato, era motivo de uma dura luta, há meses, entre Hariri, que defende sua investigação, e o partido xiita, que acusa a instância de "estar a serviço de Israel e dos Estados Unidos" e de se basear "em falsos depoimentos". A queda do governo ocorreu no momento mesmo em que Saad Hariri, que realiza uma visita aos Estados Unidos, era recebido pelo presidente americano, Barack Obama, no Salão Oval da Casa Branca.