Agência France-Presse
postado em 14/01/2011 10:38
El Paso (EUA) - Uma agente de imigração depôs, na quinta-feira (13/1), no julgamento dos Estados Unidos de Luis Posada Carriles e disse que a ex-agente da CIA negou, durante interrogatório em 2005, estar envolvido em atentados em Cuba, apesar de o réu ter admitido o fato a uma jornalista.A primeira testemunha, a advogada do Departamento de Segurança Interior (DHS) Gina Garrett-Jackson leu trechos do interrogatório que fez a Posada Carriles quando ele solicitava a cidadania americana.
Posada Carriles enfrenta um julgamento que começou esta semana em El Paso, Texas, precisamente por supostamente mentir às autoridades ao ter negado nos interrogatórios qualquer participação nos atentados de 1997 em Havana, que deixaram um turista italiano morto.
Em entrevista ao jornal The New York Times, Posada Carriles, de 82 anos, disse ter participado do planejamento dos atentados.
Mas, segundo a transcrição lida por Garrett-Jackson, Carriles disse no interrogatório feito em 2005 que a entrevista foi feita em inglês, "um idioma que não entendo" e que a informação publicada pelo jornal estava incorreta.
Ao ser interrogada pela defesa do acusado, Garrett-Jackson reconheceu que o governo dos Estados Unidos sabia que Posada Carriles não tinha os requisitos para obter o asilo político que solicitava.
Posada Carriles, que é procurado por Caracas pela suposta autoria de um atentado contra um avião da companhia Cubana de Aviación, em 1976, e causou a morte de 73 pessoas, mostrou-se calmo durante o processo, sempre usando fones com tradução simultânea.
O julgamento contra Carriles, passível de uma pena de oito anos de prisão, prosseguirá na próxima terça-feira.