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Itália abre investigação contra Berlusconi em caso de prostituição

Agência France-Presse
postado em 14/01/2011 11:26

Roma - A Justiça italiana abriu uma investigação contra o chefe de governo, Silvio Berlusconi, por abuso de poder em um caso de prostituição, noticiou nesta sexta-feira (14/1) a imprensa do país.

A investigação foi aberta contra Berlusconi por ter supostamente abusado, em 27 e 28 de maio de 2010, da função de chefe de governo para pedir à polícia de Milão para liberar Ruby, uma jovem marroquina, na época menor de idade, noticiou a agência ANSA.

Daniele Capezzone, porta-voz do partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), denunciou "um vazamento de informações e de acusações inverossímeis".

Segundo o portal do jornal Corriere della Sera, o primeiro meio de comunicação a dar a informação, Berlusconi queria "esconder o fato de ter sido cliente de uma prostituta menor de idade durante vários fins de semana em Arcore", sua residência perto de Milão, "assegurar a impunidade por este delito e evitar que sejam conhecidos os detalhes de festas organizadas em sua residência".
Na sexta-feira, o chefe de governo recebeu uma convocação para se apresentar ao tribunal, destacou a ANSA, sem informar a data.

Em outubro, o artigos que revelaram o caso, citaram "call-girls" descrevendo festas organizadas nesta residência privada perto de Milão, na presença de moças jovens.
Em uma circunstância agravante, segundo testemunhas, Berlusconi ligou diretamente para a delegacia de polícia de Milão para conseguir a liberação de Ruby, provocando um escândalo denominado "Rubygate", que durante vários dias ocupou as primeiras páginas dos jornais italianos.
Silvio Berlusconi afirmou com veemência nunca ter tido relações sexuais com a jovem.

Segundo o jornal Corriere della Sera, a polícia revisou em Milão os escritórios de pessoas próximas a Berlusconi envolvidas no caso.

Na véspera, Berlusconi sofreu mais um golpe quando o Tribunal Constitucional anulou em parte a imunidade de que se beneficia o chefe de governo italiano até o mês de outubro, quando conclui seu mandato.
Os dois processos contra Silvio Berlusconi em Milão podem, então, ser retomados, mas o presidente do Conselho continuará favorecido por ampla margem de manobra para não se apresentar nas audiências.

Um dos processos em questão é relativo à fraude fiscal (caso Mediaset - compra ilegal de direitos televisivos); e o outro, por corrupção de testemunha (o pagamento de suborno entre 1997 e 1998 com 600.000 dólares ao advogado inglês David Mills, para que falsificasse seu depoimento em dois processos contra o chefe de governo).

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