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Hezbollah se defenderá de qualquer acusação sobre a morte de Hariri

Agência France-Presse
postado em 16/01/2011 18:15

Beirute - O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarou neste domingo que seu grupo se defenderá de qualquer acusação sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri, dias depois de seu partido ter deixado o governo do Líbano. "Não permitiremos que nossa reputação e nossa dignidade sejam manchadas nem permitiremos que ninguém conspire contra nós ou nos ensope injustamente com o sangue de Hariri", declarou Nasrallah em um discurso televisivo.

"Vamos agir para defender nossa dignidade, nossa existência e nossa reputação", acrescentou, reiterando que as acusações do Tribunal Especial para o Líbano (STL, em inglês) são controladas pelos Estados Unidos e Israel. O discurso de Nasrallah acontece quando nesta segunda-feira a ata de acusação do procurador do STL, que preside a investigação sobre o assassinato do dirigente libanês Rafic Hariri, será apresentada.

A data também coincide com a abertura, pelo presidente da República, Michel Sleimane, de consultas com grupos parlamentares sobre o nome do futuro chefe de governo do Líbano, após o colapso do gabinete de Saad Hariri, após a demissão dos ministros pertencentes ao Hezbollah. As atas de acusação, confidenciais, devem ser entregues pelo procurador do TSL, Daniel Bellemare, ao juiz encarregado desta corte, o belga Daniel Fransen.

Assim que as acusações forem confirmadas, poderão ser expedidos mandados de detenção ou intimações.

Segundo o site do jornal francês Le Monde, citando fontes ligadas ao escritório do procurador, as atas de "acusação, com os mandados a serem expedidos, visariam membros do Hezbollah", como parte da investigação do atentado que matou o ex-primeiro-ministro libanês em 2005, em Beirute.

O Hezbollah acusa o TSL de fazer parte de um "complô israelense-americano" para destrui-lo. A investigação do TSL está na origem da crise atual no Líbano.

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