Paris - O ex-presidente haitiano Jean-Claude Duvalier (1971-1986), tirado do poder por uma revolta popular, viajou para o Haiti, aonde deve chegar ainda este domingo, informou uma fonte diplomática em Paris."Está a bordo de um avião da Air France", indicou o diplomata que não quis ser identificado. Com 59 anos, o ex-ditador, apelidado "Baby Doc", vivia no exílio na França há 25 anos.
Em 2007, Jean-Claude Duvalier falou às rádios haitianas para pedir "perdão ao povo pelos erros cometidos" durante seu governo. O presidente René Preval reagiu dizendo que se havia perdão, também havia justiça, pois o ex-ditador é acusado por desvio de fundos no exercício do poder. Este regresso não previsto acontece quando o Haiti acaba de completar o primeiro aniversário do terremoto que o devastou e está mergulhado num bloqueio político três semanas antes do fim de mandato de René Preval.
O segundo turno das eleições presidenciais e legislativas previstas para este domingo no Haiti foi adiado, informou o Conselho Eleitoral Provisório (CEP). "O dia 16 de janeiro constava do planejamento do calendário eleitoral. No entanto, na medida em que los resultados definitivos do primeiro turno ainda não foram proclamados, a data não será respeitada", declarou à AFP o diretor-geral do CEP, Pierre-Louis Opont.
O anúncio em dezembro dos resultados preliminares do primeiro turno, pelo Conselho Eleitoral Provisório, havia sido motivo de violentas manifestações dos partidários de Michel Martelly, que denunciaram fraude em massa em favor do candidato governista Jude Célestin, que terminou em segundo lugar. Ganhou o primeiro turno uma ex-primeira-dama, Mirlande Manigat, com 31% dos votos. Martelly foi o terceiro com 7.000 votos a menos que Célestin.
Um grupo de 12 candidatos à presidência exigiu por sua vez a anulação das eleições de 28 de novembro, manchadas, segundo eles, de fraude em favor de Célestin.