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Milhares de estrangeiros ainda estão retidos na Terra do Fogo

Estado de Minas
postado em 17/01/2011 10:20

A retirada dos mais de 2 mil turistas bloqueados em Puerto Natales, no Chile, em decorrência dos protestos locais ; incluindo um grupo de cerca de 100 brasileiros ; começou ontem. Três voos em aviões do Exército chileno levaram primeiro os idosos, gestantes, pais com crianças pequenas e pessoas com problemas de saúde até o aeroporto de Punta Arenas, a cerca de 250 quilômetros, de onde poderão seguir em voos comerciais com destino a Santiago ou El Calafate, na Argentina.

O resgate, porém, foi interrompido por conta da falta de combustível para abastecer a aeronave. Ainda restam cerca de 1,5 mil turistas no abrigo, que agora aguardam o envio de reforços e mantimentos. Os turistas foram impedidos de voltar para casa em razão de piquetes realizados por moradores da região, que bloquearam aeroportos e todas as rodovias depois que o governo anunciou aumento na conta de gás.
O grupo que chegou a Punta Arenas afirma que as pessoas que estão na cidade enfrentam dificuldades por conta da superlotação e da escassez de vagas em voos. De acordo com os brasileiros Rita e Maurício Mor, dois dos poucos turistas que puderam seguir para Punta Arenas com a escolta do Exército, além das dificuldades para encontrar um espaço dentro do aeroporto para aguardar um possível chamado para embarque, faltam comida e bebida.

A distância do terminal aéreo do Centro da cidade é de 22 quilômetros e não há transporte disponível para quem pretende buscar alimentação e abrigo fora do local. "Mesmo os mais corajosos não conseguiriam seguir a pé. Punta Arenas também está em situação de caos, invadida pela onda de protestos e violências nas ruas", disse Rita, em nota.
A espera por uma vaga nos voos regionais que partem de Punta Arenas rumo a destinos mais seguros pode durar dias, dada a falta de passagens e a superlotação dos voos. Houve saques, greve geral e desabastecimento na região de Puerto Natales. Parte dos turistas recorreu a abrigo da Cruz Vermelha para comer e dormir durante a semana passada.

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