TENAS - O processo a 13 supostos membros do grupo anarquista "A Conspiração das Células de Fogo", que assumiu o envio de pacotes-bomba a dirigentes europeus, começou nesta segunda-feira em um tribunal antiterrorista na Grécia.
Os acusados, com idades entre 19 e 30 anos, responderão à acusação de "pertencimento a uma organização terrorista", pela qual podem ser condenados a até 25 anos de prisão. Nove dos réus compareceram à audiência, mas quatro estão sendo julgados à revelia.
O julgamento está acontecendo em um subúrbio na parte oeste de Atenas, em uma sala da prisão de Korydallos, onde funciona a corte antiterrorista integrada por três magistrados.
Vários incidentes foram registrados desde o início da sessão. Os acusados protestaram contra os controles de identidade aos quais seus familiares e amigos que tentavam assistir ao julgamento foram submetidos.
Além disso, seus advogados denunciaram que os policiais estavam fichando as pessoas que assistiam à audiência, em uma medida classificada como excepcional. Eles também criticam o fato de que os acusados chegaram algemados ao tribunal e pediram uma gravação sonora das audiências, como ocorreu durante o último processo antiterrorista na Grécia do grupo "17 de novembro".
A juíza Maria Mariellu foi interpelada em várias oportunidades por pessoas que assistiam à audiência, antes de decidir interromper a sessão. Finalmente, a magistrada determinou que as mulheres dos réus se retirassem do tribunal e que os debates fossem gravados para a transcrição de atas.
Um dos réus, Haris Hatzimihelakis, de 22 anos, estudante de engenharia, pediu que os policiais "que impedem os familiares e camaradas de assistir o processo saiam da sala".
Outro acusado, Panayotis Argyru, de 22 anos, preso em novembro em Atenas quando levava uma carta-bomba dirigida ao presidente da França, Nicolas Sarkozy, ameaçou "abandonar a audiência" se a polícia realizasse interrogatórios e "controles" com as pessoas que assistiam ao julgamento.
O julgamento deve durar vários meses.